Diário do Alentejo

Pedro Xavier, presidente da AFBeja, rebate as críticas de Paulo Fernandes

14 de outubro 2022 - 12:00
Uma ingratidão...
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

A Associação de Futebol de Beja foi uma das entidades visadas pelo treinador Paulo Fernandes, como não tendo ajudado o União Serpense a ultrapassar as dificuldades com que se depararam para efetuar a inscrição de atletas, após o diretor desportivo, o brasileiro Djalma Luiz Galhardi, presumivelmente, ter-se ausentado com os fundos do clube. O presidente da organização, Pedro Xavier, explica agora a sua posição.

 

Texto Firmino Paixão

 

O período de inscrição para jogadores profissionais, no caso, os atletas que representariam o União Serpense, decorreu entre 1 de julho e 20 de setembro, tempo mais do que suficiente para o processo de inscrições ter sido formalizado. Não foi. O segundo período ocorrerá entre 2 e 30 de janeiro de 2023, data em que estarão disputados mais de dois terços das 22 jornadas do campeonato.

 

Poderia a Associação de Futebol de Beja (AFBeja) obrigar os adversários do União Serpense a adiar todos esses jogos, quando o próprio Regulamento Oficial de Provas diz que “só serão autorizadas alterações às datas dos jogos, quando se verificar acordo entre os clubes interessados”? Então, que responsabilidades poderiam ser imputadas ao organismo que tutela o futebol distrital? Ou melhor, o que poderia a AFBeja ter feito, e que não fez, para ajudar o União Serpense?

 

“A Associação de Futebol de Beja”, garantiu o professor Pedro Xavier, presidente daquele organismo, “fez tudo o que deveria e poderia ser feito, numa tentativa de protelar ou até de evitar a desistência do clube no nosso campeonato”.

 

Razão para que o líder associativo considere que “é oportuno esclarecer que o facto de o clube não ter conseguido inscrever, atempadamente, os jogadores necessários para o habilitar a competir, apenas pode ser imputado ao próprio e não a terceiros, independentemente do motivo que originou esta situação”.

 

Até porque, continuou Pedro Xavier, “isso, eventualmente, apurar-se-á noutras instâncias, mas, e por ora, essa responsabilização tem que ser plenamente assumida pelo clube e não recorrer-se e sustentar-se em tentativas de justificar as consequências através de atribuição de corresponsabilidades inexistentes, dirigidas a terceiros, totalmente alheios à situação”.

 

O presidente da direção da AFBeja completou ainda a defesa do organismo que representa, afirmando que “ainda assim, e perante este cenário, reunimos mais do que uma vez com elementos do clube, inclusive com o senhor Paulo Fernandes, na qualidade de treinador e de representante do clube, devidamente autorizado, com o objetivo de lhes dar conhecimento de tudo o que poderíamos diligenciar, segundo os regulamentos, para evitar a segunda falta de comparência consecutiva e adiar a aplicação da competente sanção disciplinar, que nenhuma das partes queria que se verificasse”, assegurou Pedro Xavier.

 

E foi perentório em garantir: “Todo o apoio, disponibilidade e auxílio foi prestado ao clube, e esse reconhecimento foi expressado em forma de agradecimento por parte de representantes do clube. Desta forma, foi com bastante indignação, e até com um sentimento de ingratidão, que lemos estas declarações dirigidas à Associação de Futebol de Beja e, mais concretamente, ao acompanhamento prestado neste processo”.

 

De resto, como acima se infere, no preâmbulo da peça, a AFBeja cumpriu o que está regulamentado e não poderia abrir exceções, nem obrigar outros clubes a adiar jogos, corroborou Pedro Xavier.

 

“No que tange às consequências desta situação, considerando toda a envolvência humana que lhe subjaz, nenhum de nós se alheou dela ou não compartilhou um espírito de solidariedade e de resolução”.

 

Contudo, prosseguiu o presidente da AFBeja, “no que, objetivamente, se refere aos regulamentos, não podemos invocar ou impor um regime de exceção que não se encontra previsto. Nem tão pouco se pode culpabilizar a AFBeja por cumprir o regulamentado ou ainda exigir-se que, unilateralmente, ou até coercivamente, se imponha aos clubes adversários uma alteração da data de jogo, contra a sua expressa vontade”.

 

As alterações de jogos, já aqui se referiu, nesta circunstância “far-se-ão com a anuência do clube adversário. E foi feita essa proposta de adiamento da data de jogo, mas os clubes adversários não concordaram”.

 

Por isso, lamentou Pedro Xavier, “quando se proferem afirmações de que cabia à AFBeja evitar esta situação, bastando para o efeito impor um adiamento de jogos, significa não um desconhecimento dos regulamentos, porque isso foi-lhes explicado, mas que apenas pretendemos desresponsabilizarmo-nos publicamente, exigindo conscientemente a outros, aquilo que bem sabemos não ser possível em termos normativos e, mais grave, imputando-lhes a culpa da consequência aplicada ao clube”.  

 

Por outro lado, questionámos: como a próxima janela de inscrições será em janeiro, seria impensável adiar jogos até essa altura? “Para este tipo de inscrições, sim. Obviamente que tal seria complemente inviável e totalmente inexequível, desvirtuaria e inviabilizava os moldes competitivos em que assenta a prova, prejudicando, em vários níveis, todos os restantes clubes que participam nesta prova”, concluiu o presidente da AFBeja, Pedro Xavier.

 

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