O selecionador nacional de futsal, Jorge Braz, encerrou as atividades do 9.º Congresso Internacional de Atividade Física e Desporto, evento que decorreu no Instituto Politécnico de Beja, nos dias 2 e 3 de junho.
Texto Firmino Paixão
“Estamos muito felizes, porque creio que foi um trabalho que dignificou a qualidade do corpo docente, nas várias formações que nós oferecemos e, além disso, manteve a chancela do Desporto no Instituto Politécnico de Beja que é, efetivamente, uma referência para a região”, garantiu a docente Vânia Loureiro, numa brevíssima, e espontânea, antecipação do que poderão vir a ser as conclusões, ainda não editadas, do 9.º Congresso Internacional de Atividade Física e Desporto (CIAFD), organizado pelo Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
Vânia Loureiro, primeira figura da Comissão Organizadora do CIAFD, completou que “toda esta envolvência, também demonstra que esta comunidade já olha para nós reconhecendo essa mesma qualidade, portanto, o que fazemos é retribuirmos com o nosso trabalho”. Com uma natural expressão de felicidade, pelo êxito do evento, a docente confessou que “Tivemos dois dias fantásticos. Houve uma adesão muito elevada a esta 9.ª edição do congresso. Tivemos mais de 140 inscrições, portanto, para um momento de pós-pandemia, este dia e meio de trabalho tão intenso, foi algo muito bom”.
Contudo, ressalvou: “Mas a felicidade não é tão expressa nos números, mas nas pessoas que decidiram vir, nas pessoas que estiveram e permaneceram connosco até ao final de uma jornada de trabalho que foi longa, e pela quantidade de parceiros e entidades que se envolveram”.
Quanto ao número, e à qualidade, das comunicações submetidas, Vânia Loureiro foi perentória. “As comunicações foram fabulosas, foram diversificadas, tivemos, desde a atividade física e saúde ao desporto de natureza e turismo, e também o treino desportivo, aliás, esta sessão de encerramento, com o nosso selecionador Jorge Braz, foi nessa temática, e depois tivemos ao nível dos ‘posters’, ao nível das comunicações orais, também mais de 40 participações de várias instituições do país, portanto, eu creio que o desporto e a atividade física estão num momento bom. A pandemia também provou que ela é essencial para a nossa saúde de uma forma global, portanto temos que continuar a insistir na saúde através da atividade física”.
O congresso teve um primeiro dia focado em ‘workshops’, o segundo mais teórico, anuiu a docente, explicando que “esta formação também atribuiu créditos, quer para as cédulas de treinador, quer para as cédulas dos técnicos de exercício e foi, também, um redobrar de energias para os desafios de retoma de uma prática que estava parada”. Vânia Loureiro explicou também quais os alvos que o tema genérico desta edição do CIAFD ‘Experiências, Desafios e Perspetivas’, pretenderam atingir.
“As experiências foram, efetivamente, sobre a partilha destes dois anos pandémicos e houve muito essa partilha nas comunicações. Como é que as pessoas rapidamente se adaptaram, na nossa área, para continuarem a fazer o seu trabalho, as perspetivas foram sobre o que correu bem, o que correu mal, e o que podemos mudar; e os desafios, porque nós ainda estamos em pandemia, apesar de estarmos todos muito mais tranquilos, o que podemos fazer, face a todas estas alterações comportamentais, para mudar, porque a nossa profissão mudou, então o que poderemos fazer para perspetivar um futuro com estas novas realidades”.
O próximo desafio será a 10.ª edição do CIAFD, em 2023. Uma edição capaz de surpreender a comunidade? “É um bom desafio! Mas sim, o 10.º CIAFD será diferente, podemos pensar num formato que envolva a comunidade académica e a população em geral e creio que esse é um bom desafio para assinalar a décima edição”, concluiu.
“UMA ENORME TRADIÇÃO”
Jorge Braz, o técnico que levou a equipa nacional de futsal à conquista de dois campeonatos europeus e um campeonato do mundo e que, por quatro vezes, foi eleito o melhor selecionador de futsal do mundo, só podia valorizar o CIAFD. Licenciado em Educação Física e Mestre em Ciências do Desporto com a especialização de Treino em Alto Rendimento Desportivo, Jorge Braz veio a Beja sublinhar a relevância do treinador na criação de dinâmicas de sucesso. Uma partilha das suas vivências, explicou.
“Sobretudo, abrir portas e tentar mostrar o que nós fazemos e o que nos preocupa, no fundo, nós, professores, treinadores, profissionais de atividade física e monitores, o que tentamos fazer é influenciar quem connosco trabalha, os atletas, os miúdos, influenciar para que tenham hábitos adequados à prática desportiva, que saibam estar, que saibam atingir objetivos”, e garantiu: “Nunca tive problemas em partilhar o que nós fazemos, dentro do balneário, dentro do pavilhão, no nosso espaço selecção, não existem segredos. A partilha dessas mensagens é muito importante, sempre estivemos abertos a partilhar e a ajudar todas as pessoas”.
Jorge Braz, comentou que “este já é um congresso com enorme tradição, é uma referência nacional do ponto de vista da atividade física em diferentes áreas, portanto, quando me endereçaram o convite foi apenas uma questão de agenda, mas sei que este congresso tem um grande prestígio e, como entenderam que eu podia ajudar com a partilha de alguma informação, foi com todo o gosto que acedi a estar aqui” deixando também a sua convicção de que “todos nós temos essa obrigação, eu, até digo sempre que tenho essa missão, até institucional, colaborando e passando algumas mensagens, na medida em que elas possam contribuíram para o enriquecimento dos seus destinatários”.