Começou a segunda volta do Campeonato Distrital da I Divisão da Associação de Futebol de Beja, após a primeira metade ter acabado em dezembro, onde o Vasco da Gama, de Vidigueira, terminou com a liderança na competição, que agora está a decorrer num formato inovador e com menos equipas.
Texto Firmino Paixão
A presença na prova dos clubes do distrito que mais participações têm em competições nacionais (Aljustrelense, Castrense, Moura e Vasco da Gama), seria, só por si, razão inquestionável para tornar esta edição do “Distritalão” algo invulgar, mais competitiva e imprevisível nos jogos que, semana a semana, vão virando as páginas da competição e fazendo a sua história. Mas a prova também estreou nesta época desportiva o novo modelo aprovado pelos clubes, com novidades que passaram pela redução do número de equipas, de 14, como no passado, para as 12 que atualmente estão a competir.
Depois, também o facto de se disputar em duas fases perfeitamente distintas. Uma primeira, que está em curso, que atingiu o final da primeira volta em dezembro, finda a qual as 12 equipas serão divididas em dois blocos de seis em função da respetiva classificação. Seguem depois para um segundo momento competitivo, em que, transportando a totalidade dos pontos conquistados (e já com a manutenção assegurada), partirão para um novo conjunto de 10 jornadas em que será apurado o campeão distrital, com a consequente promoção ao Campeonato de Portugal.
O sexteto dos menos pontuados, bloco de equipas da metade inferior, jogará para a manutenção, sendo que o último classificado será despromovido ao escalão secundário. O campeonato desta época 2021/2022, provavelmente, não irá aferir se o modelo em apreço acrescentará, ou não, mais competitividade; o elemento que foi preponderante na alteração, porquanto essa qualidade, esse desígnio que tem existido, provém, inevitavelmente, da presença dos tais emblemas com currículo em provas nacionais.
Posto isto, avancemos para uma análise mais detalhada ao que se passou na primeira metade da fase inicial do campeonato. Comecemos por aquilo que é a essência do futebol: os golos. São os golos que fazem o espetáculo e empolgam os adeptos; são os golos que dão expressão e cor aos resultados e é através deles que se conquistam pontos. Nos 132 jogos das 11 jornadas já disputadas, da primeira volta, foram marcados 201 golos, uma média ligeiramente superior a um golo e meio por jogo. As equipas com maior número de golos marcados são o líder, Vasco da Gama, e o Aljustrelense, quarto classificado, ambos com 29 tentos, ou seja média de 2,6 por jogo. O resultado mais volumoso até ao momento foi o triunfo do Aljustrelense no terreno do Despertar, por seis bolas a zero.
No sentido inverso, a formação com menor produção é o Santo Marcos, com sete golos marcados em apenas cinco das 11 jornadas. Contudo, a equipa de São Marcos de Ataboeira não é a equipa com a defesa mais vulnerável, esse estatuto pertence ao Almodôvar e ao Renascente, ambos com 27 golos sofridos (2,4 por jogo). O Castrense tem a defesa menos batida, dois golos sofridos, um marcado pelo Sporting de Cuba, outro pelo União Serpense. A equipa com menos de golos conseguidos é o São Marcos, que marcou apenas sete.
Todas as equipas já conseguiram, pelo menos, uma vitória, mas o Castrense e o Vasco da Gama ainda não sofreram derrotas. Sporting de Cuba e São Marcos têm o número mais elevado de derrotas (nove) pelo que ocupavam os dois últimos lugares da tabela. Nesta primeira volta da fase preliminar do campeonato foram utilizados quase 300 jogadores, de 15 nacionalidades, com mais de 220 portugueses, 36 brasileiros, oito guineenses, cinco cabo-verdianos, dois nigerianos, dois senegaleses, e ainda atletas oriundos de Angola, Bulgária, Camarões, Chile, Congo, Honduras, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Venezuela.
Neste período, entre o início do campeonato, a 3 de outubro, e o final da primeira volta, a 19 de dezembro, já aconteceram duas mudanças de treinadores. No Piense saiu Fernando Moreira e entrou José Manuel Rações, e no São Marcos saiu Márcio Mestre e entrou José Palma, técnico que deixou o Entradense para se vincular à formação de São Marco da Ataboeira. O treinador mais veterano é António Calatróia, com 57 anos, técnico do Penedo Gordo, o mais jovem é João Portela (27 anos), líder do Moura.
Altura para recordarmos quem são os timoneiros das 12 equipas em prova: Ricardo Vargas (36 anos), no Clube de Futebol Vasco da Gama, de Vidigueira, Carlos Machado (“Calú”) (48) no Futebol Clube Castrense, João Portela (27) no Moura Atlético Clube, José Luís Prazeres (46) no Sport Clube Mineiro Aljustrelense, Sérgio Vieira (37) no União Serpense Sport Clube, António Calatróia (57), na Associação Cultural e Desportiva Penedo Gordo, José Manuel Rações (51) no Piense Sporting Clube, Luís Miguel (54) no Grupo Desportivo Renascente, de São Teotónio, Diogo Rosado (35) no Clube Desportivo de Almodôvar, Hugo Felício (46) no Despertar Sporting Clube, de Beja, Joaquim Rodeia (43) no Sporting Clube de Cuba e José Palma (42) no Futebol Clube São Marcos.
Hélder Silva, conhecido por “Casinhas”, é o jogador mais velho em atividade neste campeonato – é atleta do Renascente, de São Teotónio, e já disputou, esta época, 10 jogos com a camisola da formação liderada por Luís Miguel. Não muito distantes, estão Filipe Venâncio, do Almodôvar, com 43 anos, e Tó Miguel, do Moura, com a mesma idade. Os atletas mais jovens na competição são vários jogadores com 17 anos, a maioria deles a competir com a camisola do Despertar, equipa que possui o plantel com média de idades mais baixa (20,75), em contraponto com o Penedo Gordo cuja média de idades dos seus atletas é superior a 27 anos.
A classificação com que as equipas encetarão a segunda volta do campeonato é a seguinte: 1º Vasco da Gama, 27 pontos; 2º Castrense, 27; 3º Moura, 26; 4º Aljustrelense, 24; 5º União Serpense, 19; 6º Penedo Gordo, 16; 7º Piense, 16. 8º Renascente, 8; 9º Almodôvar, 8; 10º Despertar, 5; 11º Sporting de Cuba, 4; 12º São Marcos, 4.
A segunda metade da prova teve inico a 9 de janeiro.