Música, cortejos, rábulas e performances, malabares, danças, acepipes, oficinas, exposições, conferências e visitas guiadas a museus e sítios arqueológicos são algumas das propostas da IX Beja Romana, que decorrerá entre hoje e domingo.
Texto Nélia Pedrosa
O tradicional cortejo com ponto de partida na Escola Secundária D. Manuel e chegada à praça da República, e que, nesta edição, contará com a presença de 850 participantes – o maior número de sempre (mais 250 do que no ano passado) e que obrigou mesmo ao encerramento das inscrições –, marca o arranque da IX Beja Romana, agendado para as 10:30 horas de hoje, sexta-feira. Subordinado ao tema “O território e as villae romanas”, o evento visa reviver “a grandeza e imponência de Pax Julia” e tem como “os dois grandes epicentros” a praça da República, “local onde se situava o forum e onde estão identificados dois templos romanos, um dos quais, o maior e mais monumental descoberto até hoje em território português”, e o largo da Conceição, vulgarmente conhecido por “largo do Museu”.
Relembrando que o projeto do festival “partiu da Escola de D. Manuel, que o apresentou ao executivo de então [liderado por João Rocha], que muito bem o corporizou”, o presidente da Câmara de Beja afirma que o evento está “absolutamente consolidado” e tem “características únicas e diferenciadoras na região”. “Não há outra recriação histórica com a duração de três dias, com a qualidade da Beja Romana, num raio de quilómetros muito expressivo à nossa volta”, reforça Paulo Arsénio, considerando que “em primeiro lugar”, o que “mais se destaca”, é “a importância pedagógica do evento, o interesse que nasce nas escolas com a Beja Romana e o entusiasmo com que os jovens se entregam ao evento com vários meses de antecedência na sua preparação com os respetivos professores”. É, adianta o autarca, “uma forma também de os mais novos ganharem estima pela cidade e pelo concelho onde vivem, conhecerem melhor a história, as suas raízes” e, só por isso, “a Beja Romana vale a pena”.
Complementarmente, acrescenta, “há um número muito significativo de visitantes” que se deslocam à cidade, sendo que “nem todos pernoitarão, mas fazem uma refeição ou duas e visitam o certame”. “Têm vindo excursões, sobretudo, do Algarve, nos últimos anos, e em que as pessoas, pelo feedback que tenho, não se sentem defraudadas e isso é muito importante. A Beja Romana tem gerado uma visitação popular muito elevada, e esperamos [nesta edição] manter ou, eventualmente, até crescer”. Do ponto de vista económico, sublinha, no entanto, “é sempre difícil avaliar um evento com estas características”, mas, “naturalmente, tem muito impacto nos operadores que estão na praça da República e no largo do Museu, e tem alguns efeitos também laterais, em alguns outros pontos próximos do centro histórico”.
Ainda de acordo com o autarca, a câmara “tem feito um esforço” para que o festival “mantenha uma bitola de qualidade muito elevada que agrade aos visitantes e que possa crescer dentro do possível, sendo que já não pode crescer muito mais, porque em termos de espaço físico começamos a estar muito esgotados dentro da disponibilidade urbana que temos”. O largo do Museu, sublinha, será a “zona por onde a Beja Romana pode e deve crescer nos próximos anos, e, eventualmente, poderá chegar ao largo de São João, também nos próximos anos”.
O programa da IX Beja Romana apresenta ainda cortejos mais pequenos que percorrem as ruas da cidade, exposições, conferências, visitas pedagógicas, oficinas didáticas, música, animação, danças, mercado, acepipes, museu ao vivo, entre outras propostas.
O certame é organizado em parceria com os agrupamentos de escolas n.º 1 e n.º 2 de Beja e conta com a colaboração de várias entidades.