Diário do Alentejo

Clube de Patinagem de Beja venceu Campeonato Regional de Hóquei em Patins, em sub/17

09 de fevereiro 2023 - 13:00
Os imparáveis campeões!
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Quando entrar amanhã no Pavilhão Municipal de Sines para defrontar o Hóquei Clube Vasco da Gama, a equipa sub/17 de hóquei em patins do Clube de Patinagem de Beja já o fará na qualidade de campeã regional.

 

Texto Firmino Paixão

 

Uma prova disputada por sete clubes, cinco do distrito de Setúbal, um do distrito de Faro e apenas o Clube de Patinagem de Beja a representar este distrito e, em conjunto com os clubes de Grândola e Sines, enquanto embaixadores da região alentejana. A formação, treinada por Diogo Brantuas, venceu oito partidas, empatou uma (em casa com o Sesimbra) e perdeu outra (no recinto do Roller Lagos), contudo, o técnico desvalorizou as estatísticas e preferiu enaltecer o crer e a determinação dos jovens atletas. O próximo desafio será o apuramento para o nacional.

 

O percurso da equipa, jornada após jornada, deixava antever que a conquista do título seria apenas uma questão de tempo?

Sim, quando assumi esta equipa vi logo que era um grupo com talento e com muita vontade de trabalhar. E essa disponibilidade para trabalhar é que me cativou, mais do que o talento, porque talento todas as equipas demonstram possuir, mas esta vontade em querer, dia após dia, melhorar e aprender, cada vez mais, a jogar hóquei em patins, para mim, só existia aqui.

 

Pode existir talento, mas ele tem de ser potenciado. Esse foi o seu papel enquanto líder do grupo?

Claro que sim. Existe uma coisa que é a capacidade e outra coisa que é o potencial. Estes atletas têm um potencial tremendo e foi em cima disso que tentámos trabalhar, desenvolvendo-os todos, não como equipa, mas individualmente como jogadores, para que atingíssemos este objetivo final.

 

Quem assiste aos treinos vê que todas as unidades são diferentes e sempre criativas. Esse é também um elemento motivador para o grupo?

Sabe, eu também trouxe para o Clube de Patinagem de Beja a minha identidade. Bebi um pouco daquilo que já aqui existia, mas também acrescentei um pouco daquilo que, para mim, é fundamental no hóquei em patins e, como referi anteriormente, percebi logo que este grupo de trabalho queria também aprender mais. Tinha vontade em ser melhor. E isso, para mim, é a chave para trabalhar. Ter uma equipa que quer aprender e que vê em mim muita credibilidade foi motivo de orgulho, e foi por isso que nós fomos campeões.

 

A mensagem que ia passando aos atletas continha algum tipo de pressão para que conquistassem este título?

Não! Nunca pus pressão sobre o grupo numa fase inicial do campeonato. A pressão, se existia, vinha de outros clubes, nossos adversários, que sempre nos disseram que nós éramos os candidatos a vencer este campeonato. Mas eu nunca vi as coisas desse modo, porque, no ano passado, nós apenas conseguimos ficar no terceiro lugar. As equipas que subiram ao nacional, na época passada, essas é que seriam as favoritas neste ano e, posto isto, sempre disse à minha equipa: “vamos colocar-nos no topo, acreditem em mim”. E foi através desta motivação e de um crer muito grande que estes jovens possuem que isto sucedeu. Esta equipa pratica bom hóquei, mas nunca tinha sido campeã regional e esta vontade em sê-lo fez com que trabalhassem, dia após dia, para alcançarem este objetivo.

 

Quais são os grandes argumentos do grupo que levaram a que tivesse conseguido tão bons resultados?

É a vontade, o crer, o acreditar. Eles não são jovens muito, muito talentosos, mas têm um crer, uma vontade de vencer e uma disponibilidade incrível para aprender. É dos plantéis do clube aquele que tem maior assiduidade e pontualidade. E isso é fundamental para se ser um bom atleta. São qualidades que complementam o talento e, seguramente, uma coisa sem a outra não daria este resultado.

 

O percurso da equipa teria sido imaculado, não fora o empate e a derrota em Lagos…

Sim, mas nestas faixas etárias eu também não gosto muito de olhar só para números, para vitórias, para golos marcados e para golos sofridos. Portanto, temos de perceber que possuímos um plantel com 12 jogadores e três guarda-redes e fico muito orgulhoso quando olho para trás e consigo ver que consegui dar muitos minutos a todos os jogadores. Isso é muito importante para mim, porque não estou aqui apenas a desenvolver uma equipa para ser campeã regional. Estou a desenvolver atletas para chegarem o mais longe possível. Por isso, não fui campeão regional a jogar com cinco jogadores. E como também já disse, para os nossos adversários, nós éramos favoritos a sermos campeões regionais, mas eu nunca vi esta época dessa forma. No início diziam-nos que seríamos campeões e no final da época dizem-nos que somos a terceira equipa a jogar melhor hóquei em patins. É um motivo de orgulho, porque se tenho a terceira melhor equipa a jogar e sou campeão regional, dá que pensar.

 

Uma equipa do interior do País que supera clubes do Algarve e da região de Setúbal só pode indiciar que aqui também existe qualidade e se trabalha bem…

Claro, mais do que trabalhar bem, existe muito potencial. Se calhar, estão aqui as pessoas certas e desenvolvem algum trabalho. Isso fica aos olhos de todos nós. Mas sim, percebo perfeitamente onde quer chegar, um clube do interior está um bocado descontextualizado do que é a realidade nacional. O litoral e os clubes mais próximos da capital têm outros apoios que nós não temos. Posso referir aqui uma coisa, nós nem tivemos uma palavra da Associação de Patinagem do Alentejo. Nada...

 

Segue-se o play-off de apuramento para o campeonato nacional.

A nossa grande dificuldade será o confronto com as equipas de Lisboa. São equipas fortíssimas. São as equipas pior classificadas da primeira série, mas são equipas com um nível de hóquei em patins muito superior àquele que é praticado no nosso campeonato, por isso, temos de trabalhar muito bem este tempo que nos resta, para chegarmos a esse play-off em março e mostrarmos a raça do interior.

 

Se o conseguirem, quais serão as metas seguintes?

Gosto sempre de levar as minhas equipas ao nacional porque essa é a montra de todo o hóquei, e era muito importante estarmos no nacional sub/17 com esta equipa, para evoluirmos. Sabemos quais são as nossas ambições, se nos qualificarmos, e eu sei quão difícil é jogar lá, mas é tão importante para estes jogadores crescerem, que é nisso que estaremos focados.

 

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