Diário do Alentejo

Risco de contágio no Baixo Alentejo permanece elevado

17 de fevereiro 2021 - 09:05

Há duas exceções: Alvito e Vidigueira. De resto, todos os municípios do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral permanecem “no vermelho” com risco muito elevado ou extremamente elevado de contágio por covid-19.

 

De acordo com a Direção-Geral de Saúde (DGS), Aljustrel, Moura e Cuba são os concelhos mais fustigados pelo número de infeções pelo novo coronavírus, com uma incidência de novos casos nos últimos 14 dias superior a dois mil por cem mil habitantes (ver gráfico). O mesmo sucede com Grândola e Alcácer do Sal.

 

Recorde-se que o Ministério da Saúde definiu que os concelhos com mais de 480 novos casos por 100 mil habitantes encontram-se em risco "muito elevado" de contágios. E os concelhos com mais de 960 casos por 100 mil habitantes têm risco "extremamente elevado". É nestes dois patamares que se encontram todos os concelhos do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral, à exceção de Alvito e Vidigueira.

 

Os dados da DGS divulgados esta semana refletem a situação até dia 2 de fevereiro, pelo que não espelham na totalidade a melhoria dos indicadores decorrente do confinamento, isto é, a diminuição do número de novos casos.

 

A situação epidémica em Moura (com uma taxa de incidência de 2319 novos casos por 100 mil habitantes) tende a normalizar, apesar da subida do número de casos positivos de covid-19 num dos dois surtos ativos em lares do concelho. Na última semana, subiu de 86 para 109 o número de pessoas infetadas no Lar de São Francisco (95 utentes e 14 funcionários), na sede de concelho, onde há a registar a morte de quatro utentes (mais dois do que há uma semana), precisou a fonte do Serviço Municipal de Proteção Civil. Três dos utentes infetados estão internados na enfermaria covid-19 do hospital de Beja.

 

Mesmo os números totais do concelho têm vindo a diminuir progressivamente, tendo reduzido de 240 casos ativos na semana passada para 138 na atualização do boletim epidemiológico divulgada pelo município na terça-feira. Por esse motivo, foi retomado o serviço de transporte urbano no concelho, que volta a funcionar “como habitualmente”, nos dias úteis entre as 08:00 e as 11:30 horas. “Mesmo os novos casos que têm surgido na comunidade, fora das instituições, ainda são contactos diretos de outras cadeias de transmissão já conhecidas”, explicou a fonte municipal.

 

CASOS EM BEJA BAIXAM PARA METADE

 

No concelho de Beja, onde já se verificaram 53 óbitos associados á covid-19, o número de casos ativos tem registado uma redução substancial, tendo ficado abaixo dos 400, o que não sucedia desde o passado dia 10 de janeiro. Nos primeiros dias de fevereiro estavam ativos, no concelho, mais de 700 casos de covid-19.

 

Depois de semanas com taxas de ocupação em enfermaria próximas dos 100 por cento e com a unidade de cuidados intensivos (UCI) completamente esgotada, a pressão sobre o Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, começa a aliviar. Fonte da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) avançou ao “DA” que o número de doentes com covid-19 que permanecem internados corresponde agora a cerca de 79 por cento da capacidade instalada (64 camas de enfermaria). A Ulsba procedeu igualmente a uma nova reconversão de camas de internamento, com vista a aumentar a oferta de cuidados intensivos, passando a dispor de 12 camas em UCI para doentes com covid-19. Neste serviço encontram-se internados sete doentes.

 

“Mais do que a incerteza de se esgotar a capacidade para aumentar o número de camas, é nossa preocupação com o esgotar dos nossos profissionais de saúde, que têm desempenhado um trabalho árduo e brilhante, mas que nos leva a pensar até quando o vão conseguir fazer.

 

Por isso, e por considerarmos que se trata de uma guerra diária, em que as batalhas se travam diariamente, não vamos pensar no quando se esgotará, mas sim no que podemos fazer para que nada disso aconteça”, adverte o diretor clínico do hospital, José Aníbal Soares.

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