Diário do Alentejo

Distrito de Beja poderá vir a ter três unidades locais de formação de bombeiros brevemente

09 de fevereiro 2025 - 08:00
Almodôvar, Ferreira do Alentejo, Moura e Ourique são os concelhos em análise
Foto | Escola Nacional de BombeirosFoto | Escola Nacional de Bombeiros

A Escola Nacional de Bombeiros, em colaboração com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e a Federação dos Bombeiros do Distrito de Beja, está a analisar tecnicamente o relatório para a possível construção de três unidades locais de formação de bombeiros em quatro concelhos do distrito. A centralidade, os acessos, o financiamento e a disponibilidade “imediata” de execução são os pontos chaves para a tomada de decisão.

 

Texto Ana Filipa Sousa de Sousa

 

O distrito de Beja é, atualmente, o “único” do País que não possui uma unidade local de formação (ULF) de bombeiros, o que, segundo o presidente da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), Lídio Lopes, deverá alterar-se brevemente.

As unidades, conforme explica, assumem-se como centros qualificados que disponibilizam aos bombeiros “equipamentos, meios e condições” para “poder executar o treino operacional”, nomeadamente, na área dos incêndios urbanos.

“[Os presidentes de câmara têm de] perceber que em cada corpo de bombeiros devemos ter uma ULF e em cada bombeiro um formador. O desejável no futuro, e o utópico, é que todos os corpos de bombeiros tivessem uma ULF, porque uma unidade é um campo de treino. [Por isso], o que nós estamos a querer é aproximar a disponibilidade dos campos de treino para formação aos bombeiros e, neste caso, ao distrito de Beja [que] não tem nenhuma”, assegura.

Desta forma, a ENB tem vindo a reunir-se com as câmaras municipais da região para alertar para o facto de ser urgente criar este tipo de estruturas para que os bombeiros, “por todas aquelas razões negativas, [ou seja] a distância [e] o sair do seu próprio meio”, não tenham, “para aquilo que é a sua formação, em especial do combate a incêndios urbanos, de ir a outros distritos” ter instrução.Dos 14 concelhos, Almodôvar, Ferreira do Alentejo, Moura e Ourique foram aqueles que demonstraram interesse em dar seguimento ao processo e apresentaram as suas propostas, nomeadamente, os locais a construir e o tipo de financiamento a utilizar.

“Fizemos uma avaliação técnica com um representante da Escola Nacional de Bombeiros [e] um representante da Federação de Bombeiros do Distrito de Beja [para perceber qual] poderia [ser] o local apontado pela câmara [e se] não reunia nenhuma das circunstâncias consideradas importantes, [como, por exemplo], não ser uma instalação metida no meio de uma urbanização, [porque] vai produzir fumo”, esclarece. A decisão, que deverá ser conhecida ainda neste mês, terá como “fatores importantes” a centralidade e os acessos dos respetivos concelhos, assim como as condições de financiamento e a disponibilidade “imediata” para a execução dos projetos.

“Chegámos à conclusão que as quatro disponibilidades servem em prioridade, entendemos que umas estão em melhores condições do que outras, [nomeadamente] até em questão de financiamento, [porque] há câmaras municipais com uma disponibilidade financeira mais imediata [e] disponível do que outras [e] outras [em que] a construção da ULF está dependente da aprovação de fundos ou da disponibilidade de fundos comunitários”, refere o presidente.

Acrescentando de seguida que, nesse caso, “é evidente que se torna mais importante, para os bombeiros de Beja, aquilo que mais rápido se resolva”.

Desta forma, ao “DA”, Lídio Lopes revela, também, que, ainda que inicialmente se tenha pensado na construção de duas ULF, há a possibilidade de serem três, uma vez que em Moura poderá existir uma solução para a ENB, “naquilo que é a formação em salvamento aquático” face “às condições do edificado, de localização e de território”.

“Portanto, está elaborado o relatório no sentido de se prosseguir, vamos incorporar aquilo que é a opinião proposta da direção da ENB com aquilo que é a posição institucional da escola através da sua assembleia-geral, e depois falaremos com os presidentes de câmara para ver o estado de maturação, ou seja, da disponibilidade para rapidamente avançarem com a ULF”, admite.

Também o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Beja, Domingos Fabela, espera que a decisão surja “o mais rápido possível” para que se dê início aos projetos que, quando concluídos, servirão “os nossos bombeiros e não só”.

Relativamente à indisponibilidade por parte da Câmara Municipal de Beja de existir uma ULF na capital de distrito, informação avançada em dezembro pelo presidente da ENB, Lídio Lopes, atualmente, não faz “qualquer juízo”, limitando-se a referir que o que importa é “criar as condições em termos de proximidade e de qualidade de instalações para a formação dos bombeiros de Beja” e que tal “foi bem entendido” por parte dos municípios. “[Por isso], vamos ao trabalho como se costuma dizer”, conclui.

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