Diário do Alentejo

Évora: 2,5 milhões para recuperar Igreja do século XVI

10 de maio 2020 - 09:30

A empreitada de requalificação da Igreja do Espírito Santo, em Évora, construída no século XVI, foi agora adjudicada e deve arrancar em junho, num investimento de 2,5 milhões de euros, com apoios comunitários. “O contrato da empreitada de recuperação e requalificação da igreja foi assinado, esta quarta-feira, com a empresa” que ganhou o concurso público e, “agora, ainda há passos burocráticos a serem dados”, disse o vice-reitor do Seminário Maior de Évora, padre Manuel Ferreira, avançando com a previsão de que a empresa que venceu a empreitada possa vir a montar o estaleiro “no final deste mês”, estimando que “durante o mês de junho arranquem efetivamente as obras”.

 

A Arquidiocese de Évora divulgou, em comunicado, terem sido assinados o contrato com a empresa que vai realizar a empreitada para a recuperação e requalificação da Igreja do Espírito Santo de Évora e o contrato com a empresa responsável pela fiscalização das obras. O lançamento do concurso público para o projeto, que visa a salvaguarda e valorização desta igreja, considerada testemunho essencial da arquitetura, arte e missão da Companhia de Jesus, foi publicado em Diário da República, a 28 de outubro do ano passado.

 

O projeto de requalificação do imóvel foi candidatado e aprovado pelo Programa Operacional Regional Alentejo 2020, que lhe destinou um financiamento de 75% do investimento, sendo os outros 25% suportados pelo Seminário Maior.

 

Construída pelos Jesuítas entre 1566 e 1572, a Igreja do Espírito Santo situa-se no centro histórico da cidade alentejana, no Largo dos Colegiais, "paredes meias" com o Colégio do Espírito Santo, o principal edifício da Universidade de Évora (UÉ). “A igreja pertence a este vasto conjunto arquitetónico da UÉ e era a única parte deste património, que inclui também o seminário, que há muitos anos não sofria nenhum tipo de intervenção”, destacou o padre Manuel Ferreira, precisando que o imóvel não teve obras “desde os anos 50 do século passado”.

 

Daí, assinalou o cónego, a importância da intervenção: “Não só vamos estancar todos os problemas que a igreja tem a nível estrutural, a nível de infiltrações de água e de degradação da talha, como todo o espaço vai ficar requalificado e aberto ao público e, dada a sua riqueza e proximidade da universidade, vai ser um motivo de grande interesse turístico”.

 

“Da parte da UÉ e da Câmara de Évora há também um grande interesse nesta obra, porque é, de facto, muito importante para a cidade”, vincou.

 

O cónego Manuel Ferreira sublinhou que, após conclusão das obras, que têm um prazo de execução de 18 meses, o imóvel “vai atrair os turistas, quer pela riqueza da sua talha [dourada], quer sobretudo pelos frescos da sacristia”, que “retratam a vida de santo Inácio de Loyola e são muitíssimo importantes na história da igreja e da cidade”, tendo sido “feitos ainda antes de ele ter sido canonizado”.

 

O projeto, que inclui obras de restauro, estrutura e consolidações, infraestruturas elétricas, mecânicas, águas e esgotos, museológicas e acessibilidades exteriores, conta com a parceria da Direção Regional de Cultura do Alentejo e do Laboratório HERCULES da UÉ.

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