Diário do Alentejo

Covid-19: Banco de Voluntariado com mais de 140 adesões

02 de maio 2020 - 18:00

Três perguntas a João Lemos, delegado regional de Beja da Cruz Vermelha Portuguesa

 

Texto José Serrano

 

No âmbito das medidas de combate à covid-19 a Cruz Vermelha Portuguesa, o Centro Distrital de Beja da Segurança Social, a Cáritas Diocesana de Beja e a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo criaram o Banco de Voluntariado do Baixo Alentejo. Qual o objetivo desta iniciativa, que respostas poderá proporcionar?

Esta iniciativa nasceu da necessidade de congregar esforços e recursos, tendo em conta as características excecionais da pandemia atual, sobretudo no contexto de equipamentos sociais, especialmente os dedicados à população idosa que constitui o grupo de maior risco. Todos os participantes dispõem de condições diversificadas de atuação e a capacidade de captar pessoas para fins de voluntariado, além de poderem dar apoio técnico, logístico e de formação aos candidatos a voluntários. Assim obtêm-se sinergias importantes e melhorias significativas de operacionalidade e eficácia, tendo em vista que nos cenários mais pessimistas “todos seremos poucos”. Nesse sentido foi criada uma base de dados comum, onde são colocados os dados referentes a cada candidato, de forma a afetar os recursos necessários, com a máxima brevidade, face a cada situação que surja.

 

Sendo o Baixo Alentejo uma região com uma população muito envelhecida é expectável que as estruturas de apoio social aos idosos, existentes na região, possam vir a necessitar da vossa ajuda voluntária? 

Tendo em conta as características da covid-19, com um perfil discreto ou inexistente de sinais clínicos em muitos infetados e diversos mecanismos de transmissão dos inóculos virais, é muito difícil prever onde irá surgir a próxima infeção não importada, por transmissão na comunidade. As estruturas residenciais sociais, sobretudo para idosos, são particularmente vulneráveis pela acumulação de utentes em espaços comuns. Assim a ocorrência duma infeção em alguém vindo do exterior, até sem sintomas percetíveis, pode ser uma fonte de contágio catastrófica para a instituição, com o eventual encerramento da mesma, como já aconteceu em Portugal e em outros países. Nestes casos, os voluntários serão preciosos para substituir os recursos humanos em falta, para permitirem que o staff destes equipamentos não entre em burnout ou para que se possa reforçar o conforto e a segurança dos utentes.

 

Quais os requisitos necessários para ingressar neste banco solidário?

Neste momento há 140 voluntários, com perfis variados, inscritos na base de dados relativa ao distrito de Beja. Os candidatos devem preencher um formulário que pode ser obtido junto de cada uma das entidades que integram o Banco de Voluntariado. Os voluntários devem assegurar disponibilidade, dedicação e competências pertinentes para satisfazer as necessidades identificadas, numa perspetiva humana e solidária. 

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