O projeto PlaCarvões "De Plásticos a Carvões Ativados – Economia circular nos plásticos agrícolas e urbanos" venceu o prémio Economia Circular nas Instituições Não Empresariais do Alentejo, atribuído pela Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo (ADRAL) e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA). Este prémio visa disseminar e reconhecer ideias, projetos e iniciativas na área da sustentabilidade e da economia circular, implementados ou a implementar na Região Alentejo, com caráter inovador e diferenciador.
O projeto foi desenvolvido em consórcio liderado pela EDIA, com a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, a empresa Gestão Ambiental e de Resíduos e a Universidade de Évora, financiado pelo Fundo Ambiental. De acordo com a EDIA, o PlaCarvões foi igualmente nomeado por um júri independente na categoria de sustentabilidade dos Prémios Notáveis Agro Santander, dedicados a homenagear os empresários agrícolas que se distinguem nos domínios da exportação, sustentabilidade, inovação e empreendedorismo.
“O consórcio PlaCarvões, atento aos problemas emergentes provocados pelos plásticos de uso único, quer na agricultura, quer no circuito urbano e ainda pela contaminação orgânica dos mesmos, desenvolveu estratégias que contribuem para a sua redução, transformando estes resíduos sujos e de mistura, em carvões ativados”, explica a mesma fonte, acrescentando que, desta forma, “transforma-se um resíduo num produto, o carvão ativado, que é muito valorizado no mercado internacional. O carvão ativado é um produto com características extraordinárias de adsorção, que poderá ser utilizado em filtros de efluentes líquidos e gasosos”.
Segundo os investigadores da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora, João Nabais, Paulo Mourão e Isabel Cansado, “o carvão ativado é um material com uma capacidade extraordinária, neste caso em particular, para captar seletivamente líquidos ou impurezas no seu interior, tendo um elevado poder de clarificação e purificação de líquidos”. A equipa do projeto recorda ainda que "apenas 9% do plástico utilizado é reciclado” e mesmo, que a maioria dos plásticos sejam produzidos em centros urbanos, tem-se verificado um aumento do uso de plásticos na agricultura”. Se não foram tratados ou reciclados, os investigadores avançam que, “estes podem ficar nos solos e entrar nos alimentos sobre a forma de micropartículas prejudiciais à nossa saúde".