Diário do Alentejo

Ulsba: Lista de espera para cirurgia das mais baixas de sempre

05 de setembro 2019 - 20:15

Entre junho de 2018 e junho de 2019, o número de inscritos à espera de uma cirurgia na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) desceu 28 por cento, tendo atingido um dos valores mais baixo de sempre. Os da- dos são do Serviço Nacional de Saúde (SNS). E revelam que, em todo o Alentejo, havia, no início do verão, 7929 utentes à espera de serem chamados para uma intervenção cirúrgica.

 

Texto Luís Godinho

 

Destinado a identificar prioridades e garantir um tempo médio e máximo de espera para a realização de qualquer cirurgia no âmbito do SNS, o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (Sigic) reúne informação sobre todos os doentes que se encontram em lista de espera para uma operação. Esse número, no caso da Ulsba, era de 1448, em junho de 2016, altura a partir da qual começou a diminuir. Primeiro de uma forma mais lenta: 1442 inscritos, em 2017, e 1353, em 2018. Agora de forma mais visível. Segundo os últimos dados divulgados pelo SNS, relativos a junho deste ano, encontravam-se em espera 985 doentes, o que representa uma redução de 28 por cento comparativamente com o mesmo mês do ano passado.

A Ulsba é, aliás, no Alentejo, a instituição hospitalar com menos doentes em lista de espera para cirurgia. No Hospital do Espírito Santo, em Évora, há 3500 pessoas na mesma situação. Na Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano são 1453. E na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano esse número sobe para 1991. Feitas as contas, há 7929 doentes com a “vida suspensa” à espera de uma chamada do hospital, número ligeiramente inferior ao de 2018 (8275). Na Ulsba e em Évora houve melhorias na lista. Em Portalegre e no Litoral Alentejano os números agravaram-se, sobretudo, neste último caso, onde a lista de espera foi aumentada em mais de 600 doentes.

 

Ouvida pelo “Diário do Alentejo”, fonte oficial da Ulsba assinala que, além da redução do número de utentes em lista de espera, ocorreu, igualmente, neste período, uma dimi- nuição “para metade” dos que se encontram com um tempo de espera superior ao recomendado. “Acima de tudo, [regista-se uma] grande redução da mediana do tempo de espera para cirurgia que passa de 96 para 51 dias, o que demonstra uma melhoria da performance da Ulsba, que se deve a um grande empenho dos profissionais, apesar das dificuldades existentes de recursos humanos, conhecidas de todos”.

 

A mesma fonte acrescenta que a Cirurgia Geral apresenta menos doentes em espera. “Verifica-se neste primeiro semestre de 2019 um aumento do número de cirurgias com- parativamente à do primeiro semestre de 2018, motivo pelo qual foi possível controlar a lista de espera, apesar da dificuldade existente do número de anestesista que obriga, não poucas vezes, ao encerramento de salas operatórias”. 

 

Mais problemática é a situação ao nível da Ortopedia onde, apesar de tudo, a Ulsba diz ter existido uma “redução substancial dos vales de cirurgia emitidos”, o que significa que foram enviados menos utentes para outras unidades de saúde, o que se explica pela redução do número de primeiras consultas hospitalares: ou seja, como houve menos doentes inscritos, a lista de espera foi reduzida. “Tratando-se da Ortopedia, a especialidade que merece maior preocupação, o objetivo principal, e imediato, passa pela recuperação da lista de espera de consultas, a qual se encontra em curso e se prevê resolvida até ao final do ano e com novas entradas de doentes em lista de espera para cirurgia”, conclui a mesma fonte.

Comentários