Diário do Alentejo

Caça ao javali autorizada até setembro

15 de julho 2019 - 12:15

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) alargou a possibilidade de caçar ao javali, todos os dias, até 30 de setembro, em vez dos habituais 10 dias por mês. Esta medida foi justificada com a “necessidade de continuar a realização de medidas para controlo dos efetivos populacionais com vista à prevenção da peste suína africa” e minimizar “os danos causados em culturas agrícolas e florestais”.

Jacinto Amaro, presidente da Federação Nacional de Caçadores (FNC), considera que “a medida já veio tarde”, uma vez que a União Europeia há muito que vem aconselhando o controlo da espécie que já fez “estragos” em vários países do continente, nomeadamente, na Bélgica e Dinamarca. Acresce que “os portugueses e os espanhóis têm o problema de serem produtores do porco ibérico”, uma espécie de suíno que vive ao ar livre, no montado, e, portanto, mais suscetível de ser de ser infetado pelos javalis, “o grande propagador da doença”, explica Jacinto Amaro.

 

O presidente da FNC, em declarações ao “Diário do Alentejo”, disse que há muito que “quem tinha responsabilidades nas zonas de caça que vinham alertando para a transumância destes animais” para territórios onde não era habitual serem detetados. As consequências desta mudança de paradigma foram os prejuízos na agricultura, na redução dos efetivos de algumas de espécies cinegéticas – comidas pelos javalis – e nos acidentes rodoviários. Apesar de apoiarem a medida, os caçadores reclamam contra a burocracia que as autorizações impõem para que as batidas e as esperas possam ser realizadas e vêm nisso a razão para que apenas 140 das 6300 zonas de caça existentes tenham realizado os pedidos para a caça extraordinária. 

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