Diário do Alentejo

Trabalhadores da Câmara de Beja terminam greve

19 de junho 2019 - 16:20

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) fez hoje um "balanço positivo" da greve dos trabalhadores da Câmara de Beja, que provocou constrangimentos em serviços, com o executivo municipal a indicar uma adesão de 19,8%. Os trabalhadores aderiram à greve parcial, que começou na segunda-feira e termina hoje, "dentro das expectativas" do sindicato e "deram uma boa resposta, que demostra o compromisso com a luta" que a motivou, ou seja, a reposição este ano dos três dias de férias retirados pelo anterior Governo PSD/CDS-PP, disse à agência Lusa Vasco Santana, do STAL.

 

O sindicalista escusou-se a avançar números da adesão, argumentando que "é muito complicado fazer o apuramento concreto", já que se tratou de "uma greve complexa", porque abrangeu trabalhadores de vários setores e distintos locais e horários de trabalho. No entanto, disse, nos períodos parciais de paralisação, a tesouraria e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) "fecharam", o serviço de jardinagem "parou", a brigada que coloca alcatrão em estradas "não funcionou" e houve "constrangimentos" na prestação de serviços de higiene e limpeza urbana. "Houve serviços que ficaram claramente comprometidos" e, por isso, o STAL faz um "balanço positivo" da greve, que foi "a primeira só realizada na Câmara de Beja", referiu.

 

Contactado pela Lusa, o vice-presidente da Câmara de Beja, Luís Miranda, disse que a greve "registou uma adesão de 19,8%, tendo apenas encerrado o serviço de tesouraria e a CPCJ" nos períodos parciais de paralisação. "Todos os restantes serviços se mantiveram em atividade", mas "registaram-se pequenos constrangimentos nalguns setores, não se tendo verificado nenhuma situação de rotura nos serviços prestados à população" nos períodos parciais de paralisação, disse o autarca.

 

Segundo Vasco Santana, a realização da greve foi decidida por trabalhadores num plenário em que "recusaram" a última proposta do executivo municipal, de maioria PS, de repor um dos três dias este ano e os restantes dois em 2020.

 

Os trabalhadores "não aceitam uma reposição faseada" dos três dias de férias e decidiram realizar a greve para "exigir que sejam repostos na totalidade de uma só vez e já este ano", disse, referindo que a realização de eventuais novas forma de luta está "em aberto" e terá de ser decidida em plenário de trabalhadores.

 

A greve, que abrangeu todos os trabalhadores do município, foi marcada "de forma simbólica" pelo número três e decorreu nos primeiros três dias desta semana, em períodos de três horas. Os períodos de greve dos trabalhadores do setor operacional decorreram entre as 07h00 e as 10h00, no turno da manhã, e entre as 18h00 e as 21h00, no turno da noite, e os do setor administrativo e técnico entre as 09h00 e as 12h00.

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