Diário do Alentejo

Cuba inaugura museu literário Fialho de Almeida

10 de junho 2019 - 09:00

A casa que no final do século XIX foi a residência do escritor Fialho de Almeida, em Cuba, vai abrir portas ao público esta segunda-feira, dia 10, como museu literário dedicado à vida e obra do autor. Segundo a Câmara de Cuba, a entidade promotora, o Museu Literário Casa Fialho de Almeida, que pretende “devolver à memória coletiva o escritor e o seu importante contributo para a literatura portuguesa”, integra três espaços distintos. 

 

“Naquela que era a área de habitação encontra-se o espaço museológico dedicado às várias esferas da vida pessoal e profissional de Fialho de Almeida, enquanto nos casões adjacentes à casa o foco vai para a ruralidade e para a etnografia, temas recorrentes na escrita do autor”, adianta a autarquia, que destaca, por exemplo, “a existência de uma pequena adega no quintal, com a designação de ‘País das Uvas’”, numa referência à obra de 1946 de Fialho de Almeida. 

 

A par destas áreas, a Casa Fialho de Almeida tem ainda “um espaço reservado para a residência temporária de artistas, que ali queiram permanecer e desenvolver as suas obras”.

 

O presidente da Câmara de Cuba, João Português, em comunicado de imprensa, adianta que, “apesar das homenagens ao autor que têm vindo a ser concretizadas ao longo dos anos, a autarquia está convicta de que a consagração maior será obtida com a perpetuação da sua obra através do seu estudo, para que esta possa também influenciar os trabalhos de artistas modernos”. 

Para “a prossecução com sucesso deste propósito”, esclarece, “era necessário criar a estrutura física onde este estudo se pudesse materializar e desenvolver, sendo que para o efeito constituiu-se como centro natural a sua casa de residência, numa adaptação há muito desejada pelos ‘fialhófilos’ e pela população em geral”.

 

A inauguração está agendada para as 17:30 horas e deverá contar com as intervenções, para além do autarca, da diretora regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, do presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo, António Ceia da Silva, e do Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, Roberto Grilo.

 

Fialho D’Almeida, escritor, jornalista, crítico e panfletário, estabeleceu-se em Cuba, na rua João Vaz, em 1893, após o casamento com Emília Augusta Garcia Pêgo. “Aqui viveu e aqui continuam a residir os seus restos mortais desde o seu falecimento em 4 de março de 1911”, adianta, acrescentando que “a sua obra desempenhou um papel importantíssimo no panorama literário de transição do século XIX para o século XX”, sendo que “a sua presença é notada nas obras de Pessoa (Bernardo Soares) a José Saramago, passando por Almada Negreiros, Raul Brandão, Teixeira de Pascoaes, Manuel da Fonseca, entre outros tantos, que a ele foram beber”.

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