Diário do Alentejo

Misericórdia de Serpa regulariza subsídio de férias de 2025

13 de dezembro 2025 - 08:00
Trabalhadores ainda não receberam prestação referente ao Natal de 2025
Foto | Ricardo ZambujoFoto | Ricardo Zambujo

A Santa Casa da Misericórdia de Serpa já pagou o subsídio de férias deste ano aos trabalhadores e garante que se encontra “a cumprir com o pagamento do subsídio de Natal de 2024, nos prazos e moldes estabelecidos no âmbito do Processo Especial de Revitalização”. Em relação ao subsídio de Natal deste ano, ainda não há data de pagamento.

 

Não “obstante as significativas dificuldades financeiras” que a Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS) “atravessa”, a mesa administrativa da instituição informou na terça-feira, dia 9, que “foi possível regularizar integralmente o subsídio de férias de 2025 devido aos trabalhadores”. Na mesma nota confirma, ainda, que “a instituição se encontra a cumprir com o pagamento do subsídio de Natal de 2024, nos prazos e moldes estabelecidos no âmbito do Processo Especial de Revitalização” (PER), e garante que “importa esclarecer que não existem salários em atraso, encontrando-se as retribuições correntes devidamente asseguradas”. Reafirma, igualmente, “o seu compromisso para com os colaboradores, utentes e comunidade, prosseguindo os esforços necessários para garantir a estabilidade e a sustentabilidade da instituição”. “De facto não temos salários em atraso. Continuamos insistentemente a tentar encontrar uma solução para regularizar tudo o que é preciso. Conseguimos, de facto, cumprir com o pagamento dos subsídios de férias, é verdade que em novembro, mas estamos a fazê-lo. Temos um compromisso para com os trabalhadores. Não vamos desistir de o cumprir na sua totalidade”, assegura, ao “Diário do Alentejo”, a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Serpa. Isabel Estevens sublinha, ainda, que, ao abrigo do PER, os valores em atraso não “são considerados uma dívida”, estando, sim, abrangidos “por um plano de pagamento”. Questionada quanto ao subsídio de Natal de 2025, a responsável revelou que o mesmo ainda “não foi pago” e que não há data para a sua regularização. Recorde-se que o PER referente à SCMS foi homologado pelo tribunal em outubro último. Em comunicado datado do início de agosto, a SCMS explicava que a instituição atravessava “uma situação financeira particularmente difícil, agravada pelo atraso no início da atividade cirúrgica na unidade médico-cirúrgica e que, à data, se encontra suspensa na sequência do termo do acordo de gestão em parceria com a União das Misericórdias Portuguesas desde dezembro de 2024”. Sublinhava, ainda, que “a situação reveste-se de especial gravidade, tendo em conta que o edifício se encontra concluído, totalmente equipado e com capacidade instalada para responder às significativas carências assistenciais da região e até do País”.Poucos dias antes, a 28 de julho, cerca de duas dezenas de trabalhadores da SCMS manifestaram-se junto ao lar de São Francisco, uma das valências da instituição, numa ação do Sindicado dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, com o objetivo de revindicarem os montantes em atraso. A 17 de outubro mais de três centenas de trabalhadores voltaram a juntar-se em frente ao referido lar. A SCMS conta com 190 funcionários com vínculo contratual – auxiliares de ação direta, cozinheiros, trabalhadores de serviços gerais e administrativos – e cerca de 40 prestadores de serviços, “essencialmente, enfermeiros e médicos”, e com 102 utentes em estrutura residencial para pessoas idosas, cerca de 45 em serviço de apoio domiciliário e 10 em centro de dia.

Nélia Pedrosa

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