Diário do Alentejo

“Quero continuar a cantar e isso vinca a vontade de ter uma carreira artística”

21 de setembro 2025 - 08:00
Martim Helena sobe ao palco do Pax Julia Teatro Municipal, em Beja

Martim Helena, 17 anos, natural de Beja

 

Desde muito novo ligado ao cante alentejano, integrou o Grupo Juvenil Coral e Etnográfico Rouxinóis do Alentejo, de Beja. Em 2022 foi finalista do programa de talentos da “RTP1” “The Voice Kids”. Está envolvido, artística e criativamente, desde há alguns anos, na composição musical de vários temas.

 

Martim Helena apresenta ao vivo, no dia 27, no Pax Julia Teatro Municipal, em Beja, às 21:30 horas, o seu primeiro trabalho discográfico, homónimo, interpretando os temas originais da obra.

 

Como nos apresenta este disco?

Este trabalho nasce da vontade de criar um novo espaço artístico, a partir de várias influências que me inspiram, dos muitos géneros musicais que ouço, oriundos de Portugal e de outros países. Este trabalho revela o enorme prazer que tenho em ouvir música e compor – muitas das canções deste disco são musicadas por mim, levando-me a sentir a importância de editar e mostrar ao público o que faço.

 

Podemos dizer que esta é uma obra difícil de “catalogar” pelos vários géneros que nela estão presentes?

Sim. Tem muitas influências. Por isso, tentando resumir e centrar o conceito, dei ao CD o meu nome, porque, no fundo, é sobre mim, o que ouço e me inspira. Por ser jovem, tenho muito por descobrir, muito a fazer, sendo importante, considero enquanto artista, ir mostrando as experiências que vou vivendo.

 

Ainda que sendo mais conhecido pela sua ligação ao cante, navega igualmente bem por outros géneros musicais?

Sem dúvida. O cante é o meu chão. Integro projetos de cante alentejano desde os meus 10 anos e atualmente continuo a fazê-lo com os Cantadores. O cante é o centro e uma inspiração constante. Mas senti a necessidade de explorar outros géneros e conceitos e de poder viver a oportunidade de os adaptar às minhas características.

 

Indicia a edição deste CD o desejo de seguir profissionalmente uma carreira musical?

É esse o meu desejo e o meu desafio. Gosto muito de cantar e de compor. Não o faço com a ilusão de ser famoso, faço-o por prazer, ainda que, naturalmente, quem está na música quer crescer, ter sucesso e gozar do privilégio de ouvir o público a cantar as suas canções. Tenho a certeza de que quero continuar a cantar e isso vinca a vontade de ter uma carreira artística.

 

O que nos pode desvendar deste seu espetáculo no Pax Julia Teatro Municipal?

É um espetáculo especial – por ser o que celebra a edição do meu primeiro CD e por ser em Beja. Este é um concerto que reflete o meu percurso, desde o cante até ao trabalho que estou a editar, com a participação de muitos convidados que fazem parte desse caminho e das inspirações que me tocam. Nele vão participar a Daniela Helena (minha irmã), o Paulo Ribeiro, o Jorge Benvinda, os Cantadores e, naturalmente, o Grupo Coral Rouxinóis do Alentejo, onde iniciei a minha atividade musical. Será um concerto forte, de muitas emoções.

José Serrano

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