O PS, por intermédio do deputado Pedro do Carmo, questionou o Governo sobre os “sucessivos atrasos” na obra de reabilitação da ponte da ribeira do Vascão. Mário Tomé, presidente da Câmara Municipal de Mértola, exige cumprimento dos prazos, mas diz que há uma alternativa para que os turistas possam continuar a passar por Mértola.
Texto Aníbal Fernandes*
O PS questionou o Governo sobre os “sucessivos atrasos” na obra de reabilitação da ponte da Ribeira do Vascão, no concelho de Mértola, obra que cuja conclusão estava prevista para 30 de novembro de 2024.
Numa pergunta entregue na Assembleia da República (AR), na semana passada, Pedro do Carmo, deputado do PS eleito pelo círculo de Beja, argumentou que a empreitada, em curso, “já foi alvo de dois adiamentos sucessivos” e, agora, prevê-se “a sua conclusão apenas a 30 de setembro” deste ano.
O parlamentar socialista, no documento dirigido ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, lembrou que a ponte da ribeira do Vascão “constitui um eixo rodoviário entre o Alentejo e o Algarve” e que o “prolongamento” da obra “tem gerado fortes impactos negativos para a população e [para] os empresários de Mértola, nomeadamente, no setor do turismo, da restauração e do comércio”.
No documento, o parlamentar questionou o Governo sobre as medidas “a tomar para assegurar a conclusão urgente da obra antes do pico da época alta turística”, assim como a previsão de criação de um “plano de compensação” para o município de Mértola e os empresários locais “pelos prejuízos económicos já causados pela interdição prolongada da ponte”.
Em maio, a Infraestruturas de Portugal (IP), responsável pela empreitada, justificou o atraso com a “dificuldade no fornecimento atempado de equipamentos necessários para o desenvolvimento da obra”. O “Diário do Alentejo” (“DA”) contactou por email o gabinete de imprensa da IP, mas até ao fecho desta edição não obtivemos resposta às questões colocadas.
Mário Tomé lamenta
Ao “DA”, o presidente da Câmara Municipal de Mértola lamentou “o facto de a IP, [com os atrasos] numa obra desta dimensão, colocar em causa a circulação para o sotavento algarvio com passagem por Mértola e o impacto que tem no turismo e na restauração”.
O autarca espera e reinvindica “que sejam cumpridos, finalmente, os prazos”, acrescentando, no entanto, “que é verdade que existe o desvio, é verdade que não é a solução ideal, mas também é verdade que existe uma alternativa, que no sentido Mértola – Vila Real de Santo António são mais seis quilómetros que dá, perfeitamente, para circular e tem todas as condições para as pessoas poderem passar por Mértola”.“A forma como se comunicou passou a ideia que nem sequer se pode passar por Mértola. Não é o caso. Passa-se por Mértola e Mértola está pronta para receber todos”, concluiu.
com “Lusa”