Diário do Alentejo

Alvito: 550 anos da “Primeira Baronia de Portugal”

13 de junho 2025 - 08:00
O culminar das celebrações que arrancaram no início de 2025Foto | Ricardo Zambujo

Com um dia dedicado à recriação histórica da época (1475), são assinalados amanhã, em Alvito, os 550 anos da “Primeira Baronia de Portugal”, decretada por D. Afonso V.

 

Corria o ano de 1475 quando o rei D. Afonso V decretou Alvito como a “Primeira Baronia de Portugal”, cedendo esse território a João Fernandes da Silveira, ilustre diplomata da época. Seis anos depois, em 1481, o monarca concedeu “ao 1.º Barão de Alvito e sua esposa o direito de aí construírem um castelo.

 

O projeto da construção seria acordado entre o rei e o barão. O local estava escolhido, por certo delinearam-se planos, talvez até se tenham realizado trabalhos de terraplanagem, mas o senhor de Alvito morreu antes que se passasse da ideia à obra. Sucedeu-lhe na baronia o filho primogénito, D. Diogo Lobo, que tomou entre mãos o intento do pai”, pode ler-se no site da Câmara Municipal de Alvito. Já em 1494, e na década seguinte, refere o mesmo texto, “as populações de Alvito, Vila Nova da Baronia, Oriola e Aguiar (e Torrão a partir de 1500), trabalharam esforçada e afanosamente.

 

A carta régia que a isso os obrigou não dispensava ‘quaisquer pessoas de qualquer estado ou condição que sejam’, ou seja, significava que os mais pobres contribuíam com trabalho braçal e os mais ricos traduziam essa prestação em dinheiro”. Desses trabalhos viria a nascer o paço dos Lobos da Silveira, atual castelo de Alvito, classificado como monumento nacional desde 1910 e que funciona como pousada desde 1993.2025. 550 anos depois, a Câmara Municipal de Alvito tem vindo a assinalar, ao longo do ano, a constituição da “Primeira Baronia de Portugal”. E será amanhã, sábado, dia 14, o culminar das celebrações, com diversas atividades, tendo como epicentro o castelo de Alvito, “num programa repleto de recriações históricas, cultura popular, gastronomia e animação para todas as idades”. Segundo a câmara municipal, “o centro histórico de Alvito transformar-se-á num cenário quinhentista, com mercado de época, teatro de rua, acrobacias, cante alentejano, manjares do reino, passeios de burro e pónei, e muitas atividades dirigidas às famílias e crianças”.

 

Assim, a partir das 10:00 horas, abrirá o mercado quinhentista, havendo também, ao longo da manhã (até às 12:30 horas), “estórias, jogatanas e ateliê de cerâmicas” para os mais novos (que continuam à tarde, entre as 15:00 e as 17.00 horas). Às 11:00 horas terá lugar o desfile “pelas ruas do reino”, com início no largo Dr. João Fernandes da Silveira. Meia hora depois, às 11:30, a companhia Água no Deserto interpretará a peça de teatro de rua “A viagem”. Às 12:00 horas serão abertos os “manjares do reino”, ou seja, as tasquinhas para os visitantes.

 

A partir das 14:00 horas, e até às 20:00, haverá passeios de pónei e burro na quinta do Grilo. Já às 15:30 horas terá início o teatro de rua “Cantares”, pela companhia Três Irmãos. De seguida, os alunos da Universidade Sénior de Alvito encenarão o “Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente, às 16:15 horas, para, depois, ser a companhia Água no Deserto a interpretar a peça “A Viagem” em teatro de rua (17:00 horas). Às 17:30 horas terá início o cortejo “Em Terras da Baronia”, sendo o ponto de encontro junto aos Bombeiros Voluntários de Alvito.

 

Ao final da tarde terá lugar a encenação da “Assinatura do Tratado de Alcáçovas pela mão dos procuradores reais” (18:30 horas, pela companhia Três Irmãos), a atuação dos maestros acrobatas (19:00 horas, pelos Viva’Afolia) e o teatro de rua “Aguadeiros” (19.45 horas, pela companhia Três Irmãos).

 

Já depois do jantar, os Viva’Afolia levarão a cabo o espetáculo “Primo e a Chama da Noite” (21:15 horas), seguidos do “Saltimbanco do Charneca” (21:45 horas, pela companhia Água no Deserto). As comemorações encerrarão com a atuação dos alunos do 1.º ciclo do concelho de Alvito, com o “Cante nas Escolas”, e a atua d’Os Cant’ado, às 22:15 horas. Marco Monteiro Cândido

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