Diário do Alentejo

“Pão, azeite, vinho e gastronomia romana” em Beja até domingo

06 de junho 2025 - 10:00
Beja Romana está a decorrer desde ontem, quinta-feira, em vários pontos da cidade
Foto | Ricardo Zambujo/ArquivoFoto | Ricardo Zambujo/Arquivo

Com música, animação, conferências, cortejos, espetáculos, mercados tradicionais, exposições, visitas guiadas, aulas de culinária, oficinas, concursos e jogos pedagógicos, a Beja Romana está de regresso para reviver “a grandeza e imponência de Pax Julia”. Neste ano, sob a temática “Da Planície ao Império: Pão, azeite, vinho e a gastronomia romana”, assinala-se a 10.ª edição do certame com “o número mais elevado de sempre” de participantes no cortejo.

 

Texto Ana Filipa Sousa de Sousa

 

Assumindo-se como uma celebração dos “primeiros tempos daquela que foi a importante cidade romana de Pax Julia”, o evento convida a uma recriação histórica e a um regresso ao período romano, através de espetáculos musicais, cortejos, rábulas e performances, malabares, danças, acepipes, oficinas de cozinha, exposições, conferências e visitas guiadas a museus e sítios arqueológicos.

Promovida pela Câmara Municipal de Beja, em parceria com os agrupamentos de escolas n.º 1 e n.º 2, a Beja Romana visa educar para o património, promover atividades contemporâneas e um programa de animação inspirado no passado histórico romano e valorizar a oferta gastronómica de base mediterrânica. Além disso, a entidade organizadora aproveita o certame para dinamizar o centro histórico e a economia local da cidade, assim como contribuir para a diversidade e qualidade da agenda cultural da região e posicionar-se como referência no âmbito das recriações associadas ao período romano.

Para Paulo Arsénio, presidente do município, em declarações ao “Diário do Alentejo”, é este cariz que diferencia o certame e o torna “único” e atrativo. “Há muitos e bons certames hoje em dia em todos os concelhos, mas este é único, é diferente desde logo pela forma como ele surgiu, [ou seja], de um projeto educativo da Escola D. Manuel I que, depois, a câmara agarrou e transformou em algo maior”, refere.

No ano em que assinala a 10.ª edição, a Beja Romana surge sob a temática “Da Planície ao Império: Pão, azeite, vinho e a gastronomia romana” e, segundo o autarca, por isso, será “uma excelente feira”, com “boas expectativas”.

“Neste ano temos um número redondo [de edições] e fazemos um bom balanço das mesmas. Aliás, julgamos que a Beja Romana já atinge um nível qualitativo, [por exemplo] em termos de recriação, animação e parte pedagógica, muito elevado e difícil de melhorar”, salienta.

O certame, que teve início ontem, quinta-feira, com atividades infantis no jardim Gago Coutinho e Sacadura Cabral, vulgo jardim público, prolonga-se até domingo, dia 8.Para hoje, sexta-feira, está agendado o tradicional cortejo inaugural, às 10:30 horas, que conta “com o número mais elevado de inscrições de sempre”, com 1800 participantes.

A comitiva histórica sairá da Escola Secundária D. Manuel I e passará pela avenida Fialho de Almeida, portas de Mértola, rua Capitão João Francisco de Sousa, “jardim do Bacalhau”, rua Dr. Brito Camacho, largo de São João, largo do Museu, rua dos Infantes e praça da República.

Mais tarde, às 12:00 horas, é a vez da cerimónia oficial de boas-vindas, “com a leitura do decreto de abertura do Macellum, destacando a importância de Pax Julia como centro administrativo e sede do conventos pacensis”.

Durante os três dias do certame, os visitantes poderão usufruir de espetáculos de danças de roda, encantadores de cobras, de tragicomédias, malabaristas e saltimbancos, assim como de animação circense, jogos romanos intergenacionais, provas de vinhos, oficinas de olaria, empalhamento, massagens romanas e batismos a cavalo.

Paralelamente, o município promove um concurso de fotografia para “sensibilizar para a importância do império romano na imponência de Pax Julia e divulgar o seu contributo para o património histórico da cidade de Beja, incentivando a sua fruição e preservação, através do registo fotográfico”.

“O facto de ter cada vez mais público e mais procura obriga a quem organiza a fazê-lo cada vez melhor, quer pedagogicamente na parte que toca ao ensinamento para os mais jovens, mas também na sua parte lúdica e criativa. Portanto, julgo que esse desafio tem sido superado com relativo sucesso”, admite.

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