A Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) vai avançar com uma nova empreitada de recuperação ambiental “sobre os impactos da exploração da indústria mineira do século XX” na antiga área de Aljustrel. O projeto, apresentado recentemente à secretária de Estado da Energia no Parque Mineiro de Aljustrel, terá uma dotação superior a 4,8 milhões de euros, suportado pelo programa Alentejo 2030.
Texto Ana Filipa Sousa de Sousa
A antiga área mineira de Aljustrel, que esteve em exploração até ao século passado, será alvo, ainda durante o primeiro semestre deste ano, de uma nova empreitada de recuperação ambiental, nomeadamente, ao nível dos 350 mil metros de solos contaminados, das linhas auxiliares e complementares de drenagem de águas pluviais, da galeria ripícola e da área mineira de Algares.
A intervenção, da responsabilidade da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), terá ainda enfoque na “recolha de águas sub-superficiais lixiviadas resultantes da percolação pela base da escombreira, bem como o encaminhamento para ponto de controlo e posterior condução para tratamento”.
“A exploração mineira vai criando impactos, nomeadamente, com alguns detritos que são rejeitados e que ficam depositados nas terras durante longas décadas e, portanto, a EDM começou a fazer uma primeira recuperação ambiental e, neste momento, vão iniciar a parte final, [ou seja], tratar o restante terreno que ainda tinha algumas dessas escórias e recuperar os terrenos e as águas afetadas. E, assim, penso que o arquivo ambiental deixado pelas minas ficará totalmente recuperado”, revela, ao “Diário do Alentejo”, o presidente da Câmara Municipal de Aljustrel, Carlos Teles.
Para o edil, este projeto de continuidade será uma “mais-valia ambiental” que, consequentemente, protege “a vida das pessoas” e que tem significado também ao nível turístico, como aconteceu com a última recuperação que permitiu restaurar a atual galeria visitável do Parque Mineiro de Aljustrel e preservar “as estruturas patrimoniais resultantes da atividade no território”.
“Se não tivéssemos feito a [primeira] recuperação hoje muito dificilmente teríamos visitável a galeria do parque mineiro, [ou seja] isto foi além da recuperação ambiental inicial. Estamos, portanto, a falar de uma recuperação de investimentos que estamos a investir”, garante.
Carlos Teles admite ainda que no futuro, quando a atual exploração mineira deixar de operar, não tem dúvidas de que o caminho passará também pela “recuperação desses ativos ambientais”.
Esta segunda empreitada terá um custo superior a 4,8 milhões de euros, sendo suportada pelo programa Alentejo 2030 e encontrando-se “enquadrada no âmbito do aviso previsto para ‘Passivos ambientais – remediação ambiental das antigas áreas mineiras abandonadas’”.