Diário do Alentejo

Mercado de Beja, o novo espaço de tradição e modernidade

20 de setembro 2024 - 08:00
Equipamento municipal reabriu portas no passado dia 12
Foto | Ricardo ZambujoFoto | Ricardo Zambujo

“Cinquenta meses depois de ter encerrado” o Mercado Municipal de Beja está agora aberto ao público com uma imagem renovada. Segundo Paulo Arsénio, presidente da Câmara Municipal de Beja, este é agora “um espaço onde a tradição e a modernidade se encontram e se cruzam”, sendo, por isso, esta “a sua segunda vida”.

 

Texto Ana Filipa Sousa de Sousa

 

“Se havia um local na cidade que os bejenses sentiam que merecia uma remodelação e uma qualificação estrutural esse era manifestamente o Mercado Municipal de Beja. O [espaço] anterior não tinha condições para responder aos desafios exigidos, estava esgotado, cansado, endividado e promovia desigualdades de oportunidades entre operadores, mesmo dentro dos mesmos setores de negócios. Agora, recomeçamos do zero. Temos um mercado que, não apagando o seu passado e a sua história, pode albergar lojas e comércios de características mais modernas, contemporâneas e, consequentemente, mais apelativas para novos segmentos de público”. Foi desta forma que Paulo Arsénio, presidente da Câmara Municipal de Beja, apresentou o novo equipamento municipal.

Em linha cronológica, o edil sublinhou o processo “complexo” pelo qual o espaço passou, relembrando o dia em que informou os comerciantes sobre o projeto, em 2018; a procura de financiamento, encontrado através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder); o lançamento dos concursos públicos e consultas prévias; a consignação da obra ao empreiteiro depois de o Tribunal de Contas “ter visado o contrato”, em junho de 2020; o encerramento do mercado “no dia seguinte”; o arranque da obra em outubro de 2020; a entrega da mesma, em maio de 2023; a entrada em vigor do novo regulamento do espaço, em fevereiro de 2024.

“Cinquenta meses depois de ter encerrado para uma profunda operação da requalificação, o Mercado Municipal de Beja inicia agora a sua segunda vida. Foi um processo complexo, com muitas dificuldades e obstáculos, mas que tinha de ser concretizado para se atingir o desidrato que toda a comunidade pretendia, [ou seja], dar uma alma nova e uma nova vida e esperança a um espaço do qual o município simplesmente não tinha o direito de desistir”, referiu na cerimónia de reabertura, realizada no passado dia 12.

João Tiago Carapau, diretor-geral corporativo da Sociedade Instaladora de Mercados Abastecedores (Simab), entidade responsável pela renovação e modernização do espaço, destacou, por sua vez, os “pontos chaves” deste novo mercado municipal. A multifuncionalidade do edifício, aliada à diversidade de lojas e ao trabalho de capacitação e valorização dos operadores, é agora o segredo daqui em diante para o seu “sucesso”.

“Este barulho de fundo que se ouve é o melhor prémio que todos os que tiveram o privilégio de acompanhar, durante os últimos anos, este projeto podem ter. O mercado municipal não é só obra, o mercado municipal é a vida das pessoas que vêm aqui comprar e daquelas que estão aqui para vender e, portanto, para criar um espaço de trabalho comum”, reforçou.

Recorde-se que o custo inicial da obra, incluindo o projeto e a segurança, foi de 2 443 480 euros, financiado pelo Feder “com despesa aprovado em 2 508 310 euros, dos quais o município de Beja já recebeu 1 948 200 euros, faltando apenas a validação do relatório final da operação pela autoridade de gestão de competências para que possamos receber o restante”.

“Em termos da empreitada em si, a diferença do valor contratado na adjudicação da obra, acrescido dos trabalhos complementares e deduzidos os trabalhos a menos, resulta num valor de empreitada inferior a 70 600 euros do que está inicialmente previsto neste mercado”, realçou Paulo Arsénio.

Durante a cerimónia, o autarca salientou também que, agora com o funcionamento do equipamento, “começarão a emergir pequenos problemas que só com o início da atividade será possível detetar”. “Alguns serão facilmente resolvíveis e outros, porventura, nem tanto, mas o importante é que voltámos a ter um mercado municipal que, agora, sim, dignifica Beja e nos valoriza comercial e turisticamente”, assegurou. A reabertura do Mercado Municipal de Beja contou com a presença do secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Hélder Reis.

Comentários