Diário do Alentejo

O potencial do território na Feira do Porco Alentejano

17 de março 2024 - 08:00
Certame decorre em Ourique, de 22 a 24 deste mêsFoto| Ricardo Zambujo

Considerado um dos mais “sólidos e participados eventos económicos e de lazer do Baixo Alentejo e do Sul de Portugal”, a 16.ª edição da Feira do Porco Alentejano, que destaca Ourique como capital desta fileira agroalimentar, oferece ao público, ao longo de três dias, “experiências rurais, de gastronomia e de cultura”.

 

Texto José Serrano

Foto Ricardo Zambujo

 

A Feira do Porco Alentejano 2024, em Ourique, organizada pela câmara, em parceria com a Associação de Criadores de Porco Alentejano (ACPA), realiza-se nos próximos dias 22, 23 e 24. O certame, iniciado em 2007, que tem como principal objetivo a afirmação desta fileira agroalimentar e, consequentemente, da marca “Ourique, Capital do Porco Alentejano”, estabelece-se, de acordo com a organização, como um dos mais “sólidos e participados eventos económicos e de lazer do Baixo Alentejo e do Sul de Portugal”.

Marcelo Guerreiro, presidente da autarquia, considera esta feira como “uma das mais importantes expressões da nossa identidade e da afirmação do potencial produtivo da nossa terra, que resulta de uma estratégia sustentada de valorização do mundo rural, como pilar da comunidade e da economia local. Apesar dos bloqueios e dos constrangimentos, estamos aqui, ao lado de quem produz, transforma e acrescenta valor aos produtos de excelência da nossa terra. A feira afirma e dá espaço às preocupações e aos desafios que se colocam à atividade”.

Sendo um evento que multiplica, por várias centenas, a população residente, ao longo de três dias, tem, sublinha Marcelo Guerreiro, “um impacto positivo imediato nas realidades do concelho, que se projeta no resto do ano. É uma montra, uma grande oportunidade para a economia local, para o posicionamento de Ourique como território rural competitivo e para uma comunidade que aposta em ter futuro, associado à identidade, à terra e a novas dinâmicas”.

Da programação da Feira do Porco Alentejano 2024, o autarca destaca a presença de representantes de Alpiarça (Santarém), município convidado, “terra de fortes tradições rurais, com quem partilhamos esse compromisso de valorização das marcas de identidade e da produção agroalimentar”, o seminário “Sistemas Silvopastoris de Sequeiro do Baixo Alentejo – Que futuro?” (dia 22, 09:30 horas), a afirmação da gastronomia e produtos locais, “com mais um concurso de linguiças caseiras, a prova do gin de medronho, a promoção de presuntos, das empadas de porco alentejano e do pastel de bolota”. Também a presença do cante alentejano será uma constante, nomeadamente, através do Grupo Coral Infantil de Ourique, “expressão maior do nosso compromisso com o futuro das tradições”.

A feira será, ainda, uma oportunidade para anunciar a realização, em Ourique, em 2024, de um grande evento ibérico, no setor da pecuária extensiva comprometida com o desenvolvimento rural”, revela Marcelo Guerreiro. Dos grupos musicais que estarão presentes, destaque para os concertos de Nuno Ribeiro (dia 22), de Expensive Soul (dia 23) e da Cláudia Martins e Minhotos Marotos, (dia 24). “Serão todos muito bem-vindos a Ourique, nestas datas e sempre que queiram ter boas experiências rurais, de gastronomia, de cultura. E oportunidades de viver a vida ao ritmo certo”.

 

Preocupações relativas à fileira do porco alentejanoConsidera o autarca de Ourique: “Preocupam-nos os condicionalismos que possam existir à produção, transformação, distribuição e exportação dos nossos produtos de excelência, resultado do trabalho do mundo rural, sujeito negativamente às alterações climáticas, aos custos de produção, ao excesso de burocracia e às situações de instabilidade das nações.

É preciso preservar a capacidade produtiva, acrescentar valor e assegurar a adequada valorização do labor das mulheres e dos homens que trabalham no campo.

Tal, passa, também, por reforçar a consciência e educar os hábitos de consumo dos portugueses em benefício da produção nacional e da salvaguarda da soberania alimentar. Estas são preocupações a defender em Lisboa e em Bruxelas. Em Ourique, estamos ao lado de quem produz, dinamizando a economia e gerando oportunidades de desenvolvimento”.

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