Diário do Alentejo

“Um sonho que se tornou realidade”

31 de dezembro 2023 - 08:00
O Troféu é o título do livro de Débora Marciano, recentemente publicado
Foto | D.R.Foto | D.R.

Débora Marciano

28 anos, natural da aldeia da Sete (Castro Verde)

 

O seu gosto pelas letras cedo se revelou e a guiou no caminho da escrita e da leitura, levando-a a ter, refere, “uma mente criativa”. Começou a trabalhar na área da hotelaria, com 21 anos, enquanto frequentava a licenciatura em Turismo no Instituto Politécnico de Beja, especializando-se, durante a covid 19, em Gestão Hoteleira. Gostaria de, um dia, “viver apenas da escrita”.

 

Thriller policial, O Troféu é o romance ficcional que marca a estreia de Débora Monteiro como escritora, uma obra surgida num ambiente onírico que teve continuidade na vida real.

 

Como nos apresenta esta sua obra de estreia?

O Troféu é um thriller policial, uma história de suspense. No início, somos confrontados com a angústia de Helena que, acordando num ambiente desconhecido, acaba por conhecer Salvador. Tudo o que ambos achavam que sabiam e conheciam é-lhes totalmente roubado pela força das verdades que não querem ser ouvidas nem sabidas. É um livro de fácil perceção e com uma história envolvente. Se quiserem saber mais, aconselho-os a ler, não se vão arrepender.

 

Quais as principais notas de inspiração para a construção do enredo deste thriller?

Por mais estranho que possa parecer, este foi, literalmente, um sonho que se tornou realidade, uma vez que sonhei com os primeiros capítulos. Acordei a achar que a história era demasiado boa para ficar perdida nos meus sonhos e comecei a escrevê-la madrugada fora. Com os cenários e as personagens tornadas reais quando as sonhei, comecei, a partir daí, a criar uma linha cronológica coesa. Nasceram novas personagens e novos enredos e, apesar de ter sido o meu primeiro livro, senti, ao escrevê-lo, que já o fazia há imenso tempo.

 

Sabe desde a primeira página quem são os vilões e os heróis da história ou podem as personagens metamorfosear-se, seguindo caminhos insuspeitos, surpreendendo a própria autora?

Costumo dizer nas minhas apresentações que as personagens tomaram conta da história. Quando fiz o primeiro esboço deste livro uma das personagens iria ter outro final – eu estava mesmo decidida a dar-lho. Contudo, ao reler, apaixonei-me perdidamente pelo fruto da minha própria criação e acabei por seguir outro rumo. Agora, que já tenho mais livros escritos, consigo perceber que essa mudança é normal, que faz parte do meu processo de escrita, então deixo-me levar pelas personagens e pela história.

 

Sobreviverão a esta história algumas destas personagens, podendo surgir numa nova saga do título?

Quando estava a escrever este livro nunca senti que ele pudesse ter uma continuação. Contudo, as personagens estão a ser tão bem aceites pelo público que começo a ponderar sobre o rumo que lhes poderei dar. Acho que terão de aguardar.

 

O que mais deseja que os leitores sintam ao ler esta sua obra?

Apesar de se tratar de um policial, com um crime que precisa de ser resolvido, quis deixar neste livro a mensagem de que “nada é o que parece” e que, por vezes, aqueles em quem mais confiamos podem não ser os nossos verdadeiros aliados, sejam amigos ou familiares. Quis realçar que temos de confiar em nós mesmos antes de confiar no “outro”. Mas, sobretudo, quero que as pessoas passem um bom bocado e se deixem cativar pelas personagens e pelo próprio enredo da história. Por agora só tenho O Troféu, mas espero que os leitores fiquem com vontade de ler outros livros por mim escritos e a interessarem-se pela leitura.

 

Texto | José Serrano

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