Diário do Alentejo

Colocar “bondade, pureza e capacidade de sonhar” numa moeda

28 de setembro 2023 - 12:00
Ilustradora Susa Monteiro cria “Unicórnio”, a primeira moeda de uma coleção dedicada à mitologia
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Susa Monteiro foi a ilustradora escolhida para inaugurar a série de moedas comemorativas “Heróis e Criaturas Mitológicas”, da Imprensa Nacional Casa da Moeda. A coleção, “que celebra personagens [mitológicas] universais que ligam as sucessivas gerações”, apresenta aos colecionadores moedas em cobre, prata e ouro.

 

Texto Ana Filipa Sousa de Sousa

 

“Foi um projeto de grande responsabilidade e extremamente desafiante, mas que me deu um grande prazer”. É assim que Susa Monteiro descreve todo o processo de criação da moeda “Unicórnio”, a primeira da série comemorativa “Heróis e Criaturas Mitológicas”, da Imprensa Nacional Casa da Moeda.

Ao “Diário do Alentejo” a ilustradora bejense recordou o trabalho “moroso”, desde a altura em que recebeu o convite, em julho do ano passado, até à moeda cunhada, passando pela visita à oficina de fabricação, em Lisboa.

“Comecei por desenhar várias propostas de entre as quais esta que foi a escolhida. A primeira decisão foi entre fazer um molde em baixo relevo moldado, que foi a técnica que escolhi, ou um molde em 3D. [Depois] foi-me dada uma plataforma em acrílico, com cerca de 25 centímetros, sobre a qual trabalhei em plasticina”, começa por recordar.

Mais tarde, conta, teve de transcrever “o desenho com papel vegetal picotado e grafite em pó para a superfície a moldar” e fazer “um primeiro positivo” em acrílico e plasticina, “um negativo” em gesso e “um segundo positivo” em gesso a partir do molde. Antes de ser replicada e ficar disponível ao público em cobre (cinco euros), prata (65 euros) e ouro (1395 euros), a peça foi ainda digitalizada, aperfeiçoada e colorida “sobre o relevo final já em 3D”.

Para a ilustradora, a moeda, que apresenta uma figura que representa “bondade, pureza e capacidade de sonhar”, trouxe-lhe, além da responsabilidade e do desafio, “a oportunidade de crescer profissionalmente, de experimentar novas técnicas e suportes e de conhecer pessoas e meios com os quais nunca teria oportunidade de contactar”, como “colecionadores com um vasto conhecimento e paixão numismática”.

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