Diário do Alentejo

Mértola tem projeto para recuperar lebre ibérica e coelho bravo

28 de julho 2023 - 10:00
Espécies são fundamentais para a sobrevivência da águia imperial e do lince ibérico
Foto | Câmara Municipal de MértolaFoto | Câmara Municipal de Mértola

A manutenção e aumento dos efetivos de lebre ibérica e coelho bravo revestem-se de uma importância estratégica para o concelho de Mértola. Nesse sentido, o município lançou um projeto para recuperar estas espécies que, nos últimos tempos, têm sido alvo de doenças que afetaram “drasticamente” as suas populações em todo o País.

 

Texto Aníbal Fernandes

 

Ser considerada a capital da caça não traz só reconhecimento, traz, acima de tudo, “obrigações e responsabilidade”. Mário Tomé, presidente da Câmara Municipal de Mértola, sabe disso e diz que “é preciso fazer por ela, manter e preservar a paisagem e os ecossistemas que permitem que a lebre ibérica e o coelho bravo se reproduzam saudavelmente” nestes territórios.

 

Por isso, a autarquia lançou um projeto estratégico para a recuperação destas duas espécies, de forma a garantir a sua genética original, recorrendo a uma “empresa nacional especialista” na matéria, o que significa, apenas no primeiro ano, um investimento de 100 mil euros.

 

“Mértola tem uma marca importante a defender e, para isso, temos que lhe dar sustentabilidade”, disse ao “Diário do Alentejo” o presidente da câmara, lembrando que a preservação destas espécies é fundamental para a recuperação da águia imperial e do lince ibérico, projetos em que o município também está “na linha da frente”.

 

A autarquia tem desenvolvido estratégias para salvaguardar a atividade cinegética, no sentido de encontrar soluções para os “problemas graves que o setor atravessa” e que são “potenciados pelas alterações climáticas”.

 

Sendo as duas espécies cinegéticas mais procuradas pelos caçadores de todo o País, o coelho bravo e a lebre ibérica “assumem um papel importantíssimo para a conservação e preservação da biodiversidade fantástica” que Mértola tem “o privilégio de ter” no seu território.

 

A estratégia, em termos práticos, passa pelo estabelecimento de uma parceria com uma empresa especializada na criação de coelho bravo e lebre ibérica e assenta em quatro fases: criar condições físicas em quatro parques que se situam na Zona de Caça Municipal (ZCM); colocar os animais dentro dos parques; repovoar a ZCM com os animais criados nesses parques; e replicar este mesmo modelo nas outras zonas de caça do concelho que sintam a necessidade de aumentar os seus efetivos de coelho bravo e lebre ibérica.

 

Depois de terminado este projeto, a autarquia pretende iniciar um projeto similar, mas, desta vez, com o foco na perdiz vermelha.

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