Diário do Alentejo

Festival Islâmico de Mértola já começou

19 de maio 2023 - 11:00
O aguardado Festival Islâmico de Mértola chegou ontem à vila e promete ficar até domingo.
Foto | Ricardo ZambujoFoto | Ricardo Zambujo

Texto Ana Filipa Sousa de Sousa*

 

Promovido pela câmara municipal, em conjunto com mais de três dezenas de parceiros locais, regionais e internacionais, não se apresenta como um evento de “reposição histórica”, mas sim como “um qualquer mercado árabe de hoje, com artesãos, comerciantes e gente real”.

 

“A par da sua dimensão cultural, o festival afirma também o nosso compromisso com a promoção dos valores da paz, da tolerância, do humanismo e da cidadania para todos”, reforçou à agência “Lusa” o presidente da autarquia, Mário Tomé.

 

O programa deste ano, à semelhança das edições anteriores, conta com o típico souk (10:30 às 00:00 horas) a céu aberto, com oficinas de cestaria (todos os dias), de gastronomia (todos os dias), de chá (dias 19 e 20), de dança árabe (dias 19 e 20), de construção de cordofones (dias 19 e 21), de cartaxinhos musicais e malha de palma (dias 19 e 21), de produção de fantoches (dia 19), de remédios e mesinhas (dia 19), de língua e escrita árabe (dia 20), de caixa tubos de canas e bugalho voador (dia 20), de cante alentejano (dia 20), de cosmética (dias 20 e 21) e de apitos de canas e trena de esparto (dia 20).

 

Para Mário Tomé, “é o caráter genuíno, original, cosmopolita, intercultural, comunitário e humanista do Festival Islâmico que faz do evento um sucesso”, sublinhando que se trata de uma “oportunidade maior de se comunicar como território de cultura e património, de atrair e vincular turistas, de gerar riqueza económica e de fomentar novas parcerias”.

 

“Este festival integra ainda uma estratégia de desenvolvimento de uma oferta turística cultural ‘muslim friendly’, um nicho de mercado turístico em franca expansão e com grande potencial de retorno”, acrescentou.

 

As conferências são também parte importante do certame que teve a sua origem nos trabalhos e estudos aprofundados, desde o final da Década de 70, sobre o património islâmico que repousaem Mértola.

 

Deste modo, hoje, sexta-feira, promovem-se as palestras “Islam no religión”, por Jalid Nieta da Fundação Mesquita de Sevilha (17:00 horas) e “A água e o copo”, por Virgílio Lopes e Miguel Romão do Campo Arqueológico de Mértola (CAM) (18:30 horas).

 

Por sua vez, no sábado a Fundação Las Fuentes avança com “Después de Al Andaluz: El êxodo de los moiscos” (15:30 horas), Bem Yessef com a “Arte e Sociedade” (17:00 horas) e Susana Martinez, do CAM, novamente com “A água e o copo” (18:30 horas). Todos estes momentos decorrem na Biblioteca Municipal de Mértola.

 

No domingo será ainda apresentado o livro Mértola, de Santiago Macias, às 11:30 horas na biblioteca e o Manual de Construção de Viola Campaniça, às 14:30 horas, na basílica Paleocristã do Museu de Mértola Cláudio Torres.

 

Na música, a 12.ª edição do festival traz o grupo Cus Cus Flamenco e Olkan & La Vipére Rouge, hoje, às 21:30 horas no palco castelo e às 02:00 horas no palco cais do Guadiana, respetivamente.

 

Amanhã, dia 20, é a vez de se fazer ouvir em Mértola o grupo Expresso Transatlântico, às 19:00 horas (palco castelo), a Orquestra Feminina Andalusí, às 21:00 horas (palco castelo),os Sofiane Saidi & The Mazalda, às 23:00 horas (palco cais do Guadiana), o cantor Pedro Mafama, às 00:30 horas (palco cais do Guadiana), e o grupo Ko Shin Moon, às 02:00 horas (palco cais do Guadiana).

 

O espetáculo de encerramento do festival está agendado para as 19:00 de domingo, juntandoem palco os grupos Gnawa Trans, Coral Guadiana de Mértola e Coral da Mina de São Domingos, a Orquestra Tocá Rufar, o Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento e o músico Tozé Bexiga.

 

Mário Tomé, em declarações ao “Diário do Alentejo”, ainda antes do início do festival, referiu que o objetivo passa por alcançar “um patamar de excelência no panorama dos festivais nacionais e ibéricos” e uma “internacionalização enquanto evento que celebra o diálogo e a cidadania entre culturas”.

 

Ao longo dos quatro dias do evento são esperados cerca de 60 mil visitantes.

 

*Com Lusa

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