Três Perguntas a David Marques, vice-presidente da Câmara Municipal de Castro Verde
Texto José Serrano
O município de Castro Verde recebeu o selo “Comunidades Pró-Envelhecimento”, prémio atribuído pela Ordem dos Psicólogos Portugueses. Qual o significado deste reconhecimento?
Este selo é o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo município de Castro Verde, em conjunto com os seus parceiros – IPSS [instituições particulares de solidariedade social], associações, juntas de freguesia, CLDS [contratos locais de desenvolvimento social] – na promoção do envelhecimento ativo. Ganha particular relevo neste processo a implementação do projeto “Castro Verde XXI”, no terreno desde 2019, que se centra numa abordagem multidisciplinar e de proximidade. Este projeto é dinamizado, de forma contínua, ao longo de todo o ano, e aposta na articulação dum leque de atividades, recursos e parcerias, tendo presente as necessidades e interesses das comunidades locais. O facto de se tratar de um reconhecimento de uma entidade externa, de âmbito nacional, com relevância técnica e científica, confere uma credibilidade reforçada ao trabalho desenvolvido no terreno.
Como classifica a importância da oferta de atividades direcionadas aos mais velhos para o incremento do seu bem-estar físico e psicológico?
A promoção articulada de atividades descentralizadas em diferentes áreas, com ênfase para a ação social, saúde e bem-estar, exercício físico, educação e literatura contribui, de forma decisiva, para a melhoria da qualidade de vida destas populações, ao mesmo tempo que concretiza e fomenta um espírito de solidariedade intergeracional, fortalece o espírito de comunidade e de entreajuda, de partilha e convívio. Esta tem sido uma prioridade de intervenção do município de Castro Verde, que assumiu forma e método em 2019 e que ganhou uma reforçada importância com a pandemia, considerando que os riscos de isolamento aumentaram significativamente, podendo condicionar o bem-estar físico e psicológico duma parte importante da população.
Vem esta distinção aumentar a responsabilidade do município no âmbito do envelhecimento ativo dos seus cidadãos?
É, seguramente, um estímulo, porque reconhece a validade e o impacto da intervenção em curso, e, naturalmente, uma responsabilidade acrescida, porque desafia todas estas entidades a manter e a reforçar este rumo e esta aposta. O contexto de interioridade e de isolamento das comunidades, associado ao envelhecimento, interpela continuamente as autarquias e as organizações da sociedade civil a procurarem novas formas de estimular a atividade e a interação social.