Diário do Alentejo

Futuro Museu da Banda Desenhada de Beja entreabre a porta em Lisboa

19 de março 2023 - 11:30
Exposição no Museu Bordalo Pinheiro “permitirá entender a riqueza e diversidade” do equipamento
Foto | Miguel RochaFoto | Miguel Rocha

Foi inaugurada no dia 18, no Museu Bordalo Pinheiro, em Lisboa, a exposição “BD Portuguesa – Um olhar sobre as coleções do Museu da Banda Desenhada de Beja”, que se constitui como um entreabrir da porta daquele que será o primeiro espaço museológico, no País, dedicado à nona arte. Paulo Monteiro, curador da mostra, considera que esta, num museu de renome europeu, se revela da maior importância para Beja, permitindo a um vasto público “entender a riqueza e diversidade” que existirá no futuro museu de banda desenhada.

 

Texto José Serrano

 

A exposição “BD Portuguesa – Um olhar sobre as coleções do Museu da Banda Desenhada de Beja” é inaugurada amanhã, dia 18, às 15:00 horas, no Museu Bordalo Pinheiro, em Lisboa, e exibirá parte das obras que irão constituir o acervo total de coleções do futuro equipamento museológico.

 

Paulo Monteiro, diretor do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja e responsável pela curadoria desta exposição, organizada em parceria pelo Museu Bordalo Pinheiro e Câmara Municipal de Beja, sublinha a “riqueza excecional” da história da banda desenhada nacional, uma vez que Portugal “foi um dos primeiros países do mundo a produzir autores e publicações em abundância”. Desta forma, o curador da exposição considera que a criação do Museu da Banda Desenhada de Beja se reveste “da maior importância”, fundamental para “que saibamos honrar esta herança e preservar este imenso património histórico”, afirma.

 

Neste momento, fazem parte da coleção daquele que será o futuro museu mais de 2500 pranchas de banda desenhada, esboços, estudos e vários tipos de materiais, “a par de um extraordinário acervo bibliográfico”, com um valor pecuniário estimável em cerca de dois milhões de euros. O museu integrará originais de mais de 100 artistas, “a enorme maioria dos quais absolutamente incontornáveis para se compreender o percurso desta arte no nosso país”, realça Paulo Monteiro.

 

Ainda que transmitindo ser “muito difícil adiantar quando é que poderá ser inaugurado”, revela que o equipamento se encontra já em fase de instalação: “Nós ainda estamos a juntar algum acervo, mas o museu é já hoje uma realidade – os projetos de arquitetura e museográfico estão feitos.

 

Agora é seguir mais uma série de processos, nomeadamente, o projeto de engenharia. Mas, na verdade, o museu já corresponde a uma coisa palpável, está a fazer-se. Todos estes passos fazem parte do objetivo último, que é a abertura ao público”.

 

Desta forma, esta exposição, patente até dia 18 de maio, apresenta-se como um cartão-de-visita daquele que será o primeiro espaço museológico dedicado à nona arte, uma vez que o conjunto de obras e de autores que estará em exibição “permitirá entender a riqueza e diversidade que existirá no museu de banda desenhada”, acentua Paulo Monteiro.

 

“É como se abríssemos um bocadinho a porta sobre aquilo que se poderá, futuramente, ver em Beja. É um passo importante deste caminho. No fundo, queremos mostrar às pessoas que temos um acervo maravilhoso, servindo para lhes aguçar a curiosidade, a vontade de o ver, na totalidade”.

 

Assim, esta mostra – que inclui obras de António Gomes de Almeida, Artur Correia, Augusto Trigo, Baptista Mendes, Carlos Botelho, Eduardo Teixeira Coelho, Fernando Bento, Fernando Relvas, Filipe Abranches, Jayme Cortez, Jorge Magalhães, José Ruy, Miguel Rocha e Vítor Péon – reveste-se de “enorme importância para Beja”, entende o curador, uma vez que o “Museu Bordalo Pinheiro, no que respeita à BD, à ilustração, à caricatura e à arte popular é muito significativo, com um percurso muito interessante pela Europa”.

 

E conclui: “Todos os museus, quando estão em fase de instalação, promovem este tipo de iniciativas. Poder ter esta montra na capital do País é muito significativo, até como forma de dizer que estamos vivos, que estamos a trabalhar para este objetivo que continua no horizonte. Esta exposição tem também essa importância simbólica”.

 

Multimédia0Foto | Vitor Péon 

 

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Foto | Carlos Coelho

 

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Foto | Filipe Abranches 

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