Diário do Alentejo

"O turista procura um turismo de experiências e sensações e o Alentejo tem tudo isso para oferecer"

21 de agosto 2022 - 09:00
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Três Perguntas a Gonçalo Morais Tristão, Presidente do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (Cepaal) 

 

Texto Nélia Pedrosa

 

A Rota dos Azeites do Alentejo vai ser reestruturada no âmbito do projeto “OLI(V)ALL-IN – Sobre Azeite e Olival”, do Cepaal. O que se pretende com esta reformulação?

O projeto é financiado pelo PDR2020 e tem um plano de ação no qual se prevê a reformulação da rota. Pretende-se dar conhecer as marcas dos produtores da região e mostrar os olivais e lagares, de modo a que o consumidor perceba melhor o mundo do azeite. Abrangerá todo o Alentejo e todos os produtores de azeite da região serão desafiados a integrá-la. Na primeira fase far-se-á um levantamento dos produtores interessados, recolhendo informação sobre a empresa, produtor, produtos e local, selecionando também material fotográfico que potencie a promoção de cada produtor. Na segunda fase será feita a dinamização das visitas aos produtores, em estreita colaboração com as autarquias e os setores do turismo e da restauração. A duração curta do projeto vai permitir apenas o lançamento da nova rota, mas o que o Cepaal pretende é que isto seja o início de um processo que envolva todo o setor do azeite do Alentejo e que se traduza na consolidação de uma dinâmica Rota dos Azeites do Alentejo.

 

E em que consistirá o guia interativo que o Ceppal prevê lançar no próximo ano?

Consiste num conjunto de informações acerca do setor do azeite do Alentejo, nomeadamente, toda a informação sobre os produtores, incluindo a ficha técnica dos seus azeites provados por um painel de provadores constituído pelo projeto. Toda a informação do guia será disponibilizada numa aplicação móvel e num site. A aplicação conterá um mapa do Alentejo, orientando cada utilizador para aceder a informação específica sobre os produtores, marcas e produtos. O utilizador poderá também ficar a conhecer quais são as ofertas de cada produtor/exploração e agendar uma visita. A informação será recolhida junto de todos os produtores da região que a queiram disponibilizar. Registe-se que o Cepaal, tanto na dinamização da rota, como no desenvolvimento do guia, pretende apenas potencializar estas ideias, sendo que o maior ou menor sucesso está dependente da vontade dos produtores. Obviamente, acreditamos muito no empenho de todo o setor.

 

Que importância tem atualmente o turismo olivícola no distrito de Beja?

O turismo olivícola é muito incipiente, quer no Alentejo, quer em todo o País. As visitas que o Cepaal tem organizado nos últimos anos têm trazido, além de portugueses, turistas oriundos, sobretudo, dos EUA, Brasil, Alemanha e Holanda. O que se pretende com o desenvolvimento deste plano de ação é criar o embrião de um turismo olivícola estruturado, que atraia mais turistas à região, que pernoitem nas unidades turísticas e que se deliciem com a paisagem, o património, a cultura, as tradições, a gastronomia, os vinhos e… os azeites. O turista procura um turismo de experiências e sensações e o Alentejo tem tudo isso para oferecer. Este tipo de turismo pode ter um grande impacto socioeconómico na região. E os exemplos são conhecidos: Espanha, Itália e Grécia têm desenvolvido muito este tipo de oferta turística, com assinaláveis resultados económicos. Por que não Portugal e o Alentejo?

 

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