A propósito da recente visita técnica/científica de um grupo da Universidade de Oxford, do Reino Unido, ao Parque Mineiro de Aljustrel o “Diário do Alentejo” conversou com o coordenador da estrutura, Marcos Aguiar, sobre as impressões manifestadas pela comitiva britânica, a importância deste encontro para colocar, internacionalmente, o parque num nível superior de visibilidade e distinção e a possibilidade de uma cooperação entre as suas entidades.
Texto José Serrano
O Parque Mineiro de Aljustrel recebeu, recentemente, uma visita técnica/científica de um grupo da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Quais as impressões manifestadas pela comitiva britânica?
A resposta foi muito positiva. O parque mineiro apresenta uma riqueza geológica única, com afloramentos à superfície excecionais, como os chapéus de ferro de Algares e de São João, locais magníficos para o estudo da geologia. Também a galeria mineira do piso 30 apresenta características geológicas ímpares, que, obviamente, são do interesse destes jovens estudantes, que começam a construir a sua carreira no âmbito das ciências geológicas. Importa destacar que esta visita científica foi orientada pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), com vários investigadores em Aljustrel, que, de forma regular, nutrem estes processos de difusão da ciência.
Oxford é considerada, pelo Times Higher Education World University Rankings, desde há nove anos, a melhor universidade do mundo. Pode a divulgação desta visita alavancar o Parque Mineiro de Aljustrel, colocando-o, internacionalmente, num nível superior de visibilidade e distinção?
Sim. É gratificante cooperar com instituições de topo, a nível mundial, porque potencia a excecionalidade geológica de Aljustrel, território onde se encontram reunidas as condições ideais para a aprendizagem da geologia. Conseguimos aqui fixar técnicos e investigadores muito qualificados, massa crítica que foi potenciada pela indústria mineira, que atualmente emprega em Aljustrel mais de 1300 pessoas, de forma direta, e pelo surgimento do parque. Para além desta visita, que resultou da nossa parceria com o LNEG, temos dinamizado muitas outras, que decorrem de parcerias com a Almina, com a Empresa de Desenvolvimento Mineiro, com o Instituto Politécnico de Beja, com as universidades de Évora e do Algarve, entre outras organizações das áreas da ciência e da educação, de vários pontos do mundo.
Poderá esta visita marcar o início de um trabalho de cooperação entre o Parque Mineiro de Aljustrel e a Universidade de Oxford?
Este grupo da Universidade de Oxford pertence ao Society of Economic Geologists e dedica-se a promover a compreensão, o desenvolvimento e a administração dos recursos da Terra por meio da geociência, ligando a academia à indústria e focando-se nos minerais e metais essenciais para a sociedade. Aljustrel, o setor mineiro e o parque têm todo o interesse em participar neste tipo de parceria e reforçá-la. Para o município é gratificante constatar que o parque mineiro, para além de milhares de visitantes turísticos, recebe, cada vez mais, estudiosos. Estamos convictos de que o parque mineiro está a contribuir para desenvolver o território, gerando economia através do turismo, contribuindo, também, para qualificar pessoas e organizações, através de iniciativas de carácter educativo e científico, que abrem Aljustrel e a região ao conhecimento e ao mundo.