Diário do Alentejo

"A saúde é um direito e toca a todos"

07 de agosto 2022 - 10:00
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Três perguntas a Isabel Santos, membro da Comissão de Utentes de Beja

 

Texto José Serrano

 

A Comissão de Utentes de Beja promoveu, há duas semana, uma concentração junto ao Hospital José Joaquim Fernandes, sob o mote “É Urgente Salvar o Hospital de Beja”. Quais as principias reivindicações que presidiram a este protesto?Os motivos dos protestos em defesa da saúde têm vindo a ser sempre os mesmos. A não realização da segunda fase das obras do hospital de Beja, a inexistência de um equipamento de ressonância magnética, a falta de médicos especialistas em áreas cruciais para responder a uma população envelhecida, assim como de enfermeiros e auxiliares estiveram, de novo, em cima da mesa nesta concentração. O encerramento das urgências de obstetrícia, nos últimos dois fins de semana, juntou-se a todas as questões já identificadas. Motivos transversais à causa maior desta comissão que é defender e garantir mais investimento no Serviço Nacional de Saúde e, consequentemente, nas respostas nesta área, que diz respeito a todos, no concelho.

 

Já em fevereiro, a Comissão de Utentes de Beja realizou uma marcha, simbólica, em defesa do Hospital José Joaquim Fernandes. Como classifica a evolução do “estado de saúde” da instituição, desde aí?A resposta, no caso desta pergunta, repete o que a comissão já referiu na anterior. Todas as reivindicaçõesque esta organização da sociedade civil faz estão há anos sem qualquer evolução positiva. Neste sentido, sópodemos afirmar que não houve evolução no “estado de saúde” e que nalguns casos, como o que leva asparturientes do concelho a fazer quilómetros se precisarem de parir nos meses de verão em Beja, piorou.

 

Que ações políticas considera serem necessárias tomar para que as atuais carências do hospital de Beja sejam, de facto, suprimidas?Mais investimento no Serviço Nacional de Saúde, e em particular no hospital de Beja, é o necessário. A formação e a contratação de mais médicos e enfermeiros, com condições de trabalho, com possibilidade de carreira ou de desenvolvimento profissional, com valorização das remunerações, com uma carga horária menor, mas também assegurando às populações uma resposta efectiva para os casos de doença aguda, mas não grave, nos cuidados primários de saúde, onde também não há médicos de família suficientes para toda a população. Os investimentos nas instalações das unidades de saúde e nos equipamentos clínicos necessários são outra das medidas que se torna urgente. Estas medidas resolveriam muitas das necessidades que se fazem sentir. Neste contexto, o que a Comissão de Utentes deseja é que todos os políticos, com atuação e influência, e sem exceções, façam pressão neste sentido. A saúde é um direito e toca a todos.

 

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