Diário do Alentejo

4.ª edição do Festival Giacometti já começou em Ferreira do Alentejo

03 de junho 2022 - 14:30
Música, arte, antropologia, cinema, dança e gastronomia são as propostas do evento

O Festival Giacometti está de regresso, após um ano de interrupção, com um cartaz que promete unir o tradicional à inovação e o nacional ao internacional durante os dias de hoje e de amanhã.

 

Texto Ana Filipa Sousa de Sousa

 

O Festival Giacometti é uma aposta “inédita” da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo na cultura da região que tem “na sua base a vontade e a necessidade de abraçar uma maior diversidade de público e criar um evento que traduza a vitalidade do momento presente” enaltecendo o património imaterial do Baixo Alentejo e “aproveitando as tecnologias para o celebrar”.

 

Desde 2018 que a vila, no primeiro fim de semana de junho, é palco de uma programação diversificada nas áreas da música, arte, antropologia, cinema, dança e gastronomia, de cariz nacional e internacional, “fazendo coabitar tradição e inovação”. Para Helena Inverno, comissária e diretora artística do festival, o percurso até aqui tem sido “maravilhoso” com o público a regressar “assiduamente em cada edição pela qualidade artística, a sua escala ternurenta e a alegria que se partilha”.

 

A 4.ª edição do festival, que tem entradas livres, é marcada pelo “ecletismo dentro de cada área de programação” e pela insistência na música eletrónica e nas formas como esta se relaciona com a tradição. Entre hoje e amanhã os visitantes têm Süse Ribeiro, Rui Rodrigues e Vítor Rua no espetáculo “EME – Ensemble de Música Eletroacústica”, João Caldas, André Silva e Artur Silva em “Vozes D’Encante”, João Maia Henriques e Eva Barrocas na performance audiovisual “Diástase”, o compositor Dine Doneff em “Contemporização da Tradição” e juntamente com Maria Dafka em “Dafka/Doneff Duo”, Marta Pereira da Costa e a sua guitarra portuguesa, o grupo italiano “La Banda Del Comitato” e o Dj Set com Bruno Salgado Zayas em “Ritmos Cholulteka”. Na área de cinema estão ainda em exibição os dois filmes da realizadora Alice Rohrwacher, “Feliz Como Lázaro” e “Omelia Contadina”.

 

A perspetiva para esta edição passa unicamente pela “felicidade e saúde”, porque “mais público não é anseio, é já um facto”, garante Helena Inverno ao “Diário do Alentejo”, afirmando que “já temos evidência de público do Porto, Beja e Évora que se veio juntar desta vez aos assíduos de Lisboa e Algarve”. Para os próximos anos prevê “continuar com uma programação pautada pela excelência artística e orientada pelas coordenadas da União Europeia em relação ao Ambiente e à Justiça Social”, bem como aproximar-se das escolas e jovens.

 

O nome do festival faz homenagem ao etnólogo Michel Giacometti que, em 1968, fez várias recolhas relacionadas com o cante alentejano em Ferreira do Alentejo, Figueira dos Cavaleiros e Peroguarda, onde criou “laços profundos com a comunidade”.

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