A Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção de um homem, de 53 anos, suspeito de ter efetuado disparos com arma de fogo contra uma família sueca, no concelho de Moura, “aparentemente por ódio racial”. O suspeito foi, nas últimas autárquicas, candidato do Chega à Assembleia de Freguesia da Póvoa de S. Miguel.
Em comunicado, a PJ indicou que o suspeito foi detido, por elementos da Diretoria do Sul desta polícia, por existirem “fortes indícios” da prática do crime de homicídio qualificado na forma tentada.
Segundo a PJ, as vítimas são um casal de cidadãos suecos e sete filhos menores, com idades entre os 11 anos e três meses, cujo “veículo de passageiros onde seguiam adaptado a caravana” foi “atingido com disparos de arma de fogo”.
A agressão, adiantou a Polícia Judiciária, ocorreu na tarde do passado dia 08 de outubro e foi “perpetrada na sequência de contenda ocorrida momentos antes, aparentemente determinada por ódio racial”.
“Após a altercação com o elemento do género masculino do casal, o suspeito perseguiu a viatura onde seguiam as vítimas, executando o crime assim que se mostrou oportunidade”, referiu a mesma fonte, acrescentando que após a agressão, o suspeito “abandonou o local” e esforçou-se por “ocultar das autoridades objetos e veículos utilizados” na sua execução.
Na sequência de “trabalho de investigação”, sublinhou, foram “recolhidos relevantes elementos probatórios que conduziram à cabal identificação do suspeito e ditaram a emissão de mandados de detenção fora de flagrante delito”. O detido já foi presente a tribunal para primeiro interrogatório judicial, tendo-lhe sido aplicadas medidas de coação não detentivas.
Numa reação ao caso, o presidente do Chega, André Ventura, que ontem tomou posso como membro da Assembleia Municipal de Moura, condenou a prática de “quaisquer crimes que envolvam ataques contra a vida ou integridade física” do ser humano e sublinhou que o partido não defende “o ódio racial”.
“O Chega é completamente contra quaisquer crimes que envolvam atentados contra a vida humana e ataques contra a vida ou integridade física de terceiros”, afirmou André Ventura, segundo o qual o partido, os seus militantes e dirigentes e o seu programa “em nada advogam o ódio racial”, pelo que “ninguém pode atuar em nome do Chega com violência”.
“Nada nos move contra as minorias. O que o Chega defende é que as minorias têm que cumprir as mesmas regras da maioria em Portugal e não têm cumprido”, referiu.