Diário do Alentejo

IPBeja já tem 61 por cento das vagas preenchidas

06 de outubro 2021 - 16:00

De um total de 536 vagas disponíveis, o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) registou a entrada, na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, de 328 novos estudantes. Por preencher estão ainda, no IPBeja, 208 vagas, às quais os alunos se poderão candidatar, nas segundas e terceiras fases do concurso, que decorrem até dia 25 de outubro.

 

Texto José Serrano

 

Foram divulgados os resultados da primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior 2021. No Alentejo, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Ensino Superior, há agora 1.954 novos estudantes no ensino superior público, registando a Universidade de Évora a entrada de 1.239 alunos, o Instituto Politécnico de Portalegre a entrada de 387 alunos e o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) a entrada de 328 alunos. No caso do IPBeja o número de vagas preenchidas corresponde a uma ocupação de 61 por cento das vagas iniciais disponibilizadas (536), ficando por preencher 208 vagas.

 

João Paulo Trindade, presidente do IPBeja, considera estes números “animadores e interessantes, porque revelam uma subida nas colocações, em relação a 2020”, ano em que foram colocados no IPBeja, nesta mesma fase, 325 alunos, menos três que este ano, e sobretudo “porque traduzem um aumento consistente do número de alunos, nos últimos anos”.

 

João Paulo Trindade sublinha o preenchimento, nesta primeira fase, “da totalidade das vagas de oito licenciaturas” – Terapia Ocupacional, Enfermagem, Gestão de Empresas, Solicitadoria, Solicitadoria (regime de ensino a distância), Serviço Social, Desporto e Audiovisual e Multimédia – disponibilizadas pelo IPBeja.

 

De acordo com o seu presidente, a elevada procura por estes cursos específicos dever-se-á, para além da preferência individual, à “expectativa de uma boa e fácil integração na profissão no final da formação”, recordando o responsável que “a acreditação dos cursos a nível nacional é hoje uma garantia de qualidade para todos os candidatos, permitindo ter a certeza que os cursos oferecidos no IPBeja respeitam os mesmos requisitos e critérios de qualidade que qualquer outro curso em qualquer outra instituição de ensino superior”.

 

Contudo, das 16 licenciaturas do portefólio do IPBeja, os quatro cursos disponibilizados pela Escola Superior Agrária de Beja (ESAB) só preencheram oito vagas, de um total de 133, com as licenciaturas de Engenharia do Ambiente e de Tecnologias Bioanalíticas a ficarem desertas. Na análise a estes números João Paulo Trindade refere ser conveniente esclarecer que os cursos referidos são, “habitual e maioritariamente, preenchidos por alunos provenientes dos concursos especiais” (destinados a maiores de 23 anos, diplomados dos cursos técnicos superiores profissionais, diplomados de vias profissionalizantes e estudantes internacionais), complementando a entrada através do Concurso Nacional de Acesso (CNA). O presidente do IPBeja salienta ainda que irão ocorrer “durante o mês de outubro as entradas da segunda e terceira fases do CNA”, esclarecendo assim que a “diversidade de origens, no ingresso de novos alunos, tem permitido e garantido” o normal funcionamento destes cursos.

 

João Paulo Trindade expõe que a dificuldade na captação de estudantes, através do CNA, para as áreas ligadas a estes cursos disponibilizados pela ESAB não é exclusiva do IPBeja, verificando-se “resultados idênticos em muitas outras instituições de ensino superior, em particular nas localizadas em territórios do interior, de menor densidade populacional”.

 

Uma realidade que, para que se possa alterar, deverá merecer “uma atenção”, sublinhando-se, por uma lado, “a qualidade e necessidade destas formações” e, por outro lado, “ajustando a oferta, os planos curriculares e os objetivos dos cursos aos novos desafios e exigências da sociedade, reforçando-os com conteúdos associados a novas metodologias e às tecnologias de informação e comunicação”.

 

Sobre a possibilidade de, a curto prazo, numa região profundamente marcada pelo setor agrícola, se repensarem os cursos disponibilizados pela ESAB, o presidente do IPBeja afirma que “a oferta formativa pode e deve ser analisada de forma regular, ajustada às necessidades e evolução do mercado de trabalho regional, nacional e internacional”.

 

Considerando os cursos da ESAB incluídos em áreas científicas de grande importância para o IPBeja e para a região, “que contam com um significativo investimento, traduzido num corpo docente e técnico altamente qualificado, bem como na existência de recursos materiais e equipamentos de grande qualidade e atualidade”, João Paulo Trindade diz ser fundamental motivar “potenciais candidatos e empresas de modo a aumentar a procura por estas formações e, consequentemente, o número de diplomados”.

 

HABITAÇÃO PARA ESTUDANTES

Questionado acerca da capacidade de oferta de habitação, na cidade, a estudantes do IPBeja, João Paulo Trindade considera, “apesar de se apresentar como um aspeto importante a ter em conta”, não ser um aspeto “condicionador ou determinante na altura de optar pela instituição e curso a candidatar”, salientando que o IPBeja “disponibiliza aos seus estudantes mais de 400 camas, distribuídas por seis residências, o que representa um elevado número, quando comparado com instituições de ensino superior com muito mais alunos”.

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