Diário do Alentejo

“Os próximos tempos serão de resiliência”

04 de junho 2021 - 14:55

David da Costa Simão, de 41 anos e natural de Beja é o novo presidente da Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (Nerbe/Aebal). Empresário, licenciado em Organização e Gestão de Empresas e sem “nenhuma filiação partidária” diz-se “familiarizado com a realidade do dia a dia, das empresas e dos empresários estando contextualizado com as suas necessidades, preocupações, mas também com os seus propósitos e objetivos”.

 

Texto Marta Louro

 

Porque se decidiu candidatar à presidência do Nerbe/Aebal?

 

Esta decisão emanou de uma consciência coletiva, por um lado, para dar continuidade ao trabalho realizado por esta direção que cessou agora funções, com vários projetos em curso em que é necessária à sua realização e, por outro lado, pelo facto de me identificar pessoalmente com o trabalho levado a cabo pela associação.

 

Vai dar continuidade ao trabalho do presidente cessante, Filipe Pombeiro?

 

Sem dúvida. Ao aceitar este desafio, assumo inteiramente o compromisso de continuar este trabalho, realizado pelo Filipe Pombeiro, que considero ser de excelência e foi vital para o desenvolvimento da associação, nomeadamente na representatividade dos interesses e anseios dos empresários junto das instituições, integrando-se no círculo de influência da região, contribuindo assim, para um desenvolvimento sustentável da mesma.

 

Quais as mudanças que vai implementar?

 

Não lhe chamaria mudanças mas, devido ao trabalho que tem sido feito nos últimos mandatos, o estágio de desenvolvimento que a associação tem neste momento permite subirmos de nível a nossa atividade nas várias áreas que desenvolvemos. Destacava, no entanto, dois vetores principais: conseguirmos aumentar o número de sócios em todo a área de intervenção (Baixo Alentejo e Alentejo Litoral) e colaborar na promoção das nossas empresas implementando projetos que se traduzam no aumento do volume de negócios dos nossos associados.

 

O que espera encontrar?

 

O Nerbe/Aebal é uma instituição consolidada, dinâmica e viva, que se tem desenvolvido nos últimos anos, tornando-se numa referência de competência e profissionalismo. Destaco o trabalho da nossa equipa técnica e administrativa que permitem implementar no terreno os projetos que desenvolvemos e o acompanhamento aos associados nas suas variadas necessidades. Tenho a certeza que encontrarei uma casa arrumada, equipas motivadas e absolutamente bem preparadas para os desafios que este triénio nos reserva.

 

A pandemia da covid-19 tem afetado todas, ou quase todas, as empresas do Baixo Alentejo. Como se prevê os próximos tempos?

 

Os próximos tempos serão de resiliência por parte dos empresários, pois vão haver falhas nas cadeias de fornecimento que afetam hoje o normal funcionamento das empresas, uma subida generalizada dos fatores de produção, que fará pressão sobre o preço dos produtos que produzimos e exportamos, e que afetará o seu escoamento. Por outro lado, nos setores do turismo e do comércio, setores que estiveram durante o tempo de confinamento impedidos de exercer a sua atividade normal, terão alguma dificuldade em atrair clientes e repor a sua dinâmica comercial.

 

O que pode ser feito para atenuar as dificuldades das empresas?

 

Em tempos como estes, em que assistimos a uma realidade desconhecida, inédita a nível mundial, toda a atividade económica teve que se reinventar e adaptar-se a esta situação e, neste sentido, aos responsáveis políticos cabe, tendo esta consciência, permitir o acesso ágil e sem excesso de burocracias a ferramentas como facilidade de acesso a crédito, mobilidade de recursos humanos e apoio ao investimento, de forma a aumentar os índices de confiança, tanto a nível das empresas como dos consumidores em geral.

 

Vê o aeroporto de Beja como uma mais-valia para a região e as suas empresas?

 

Com certeza que sim! Já hoje traz desenvolvimento para a região, muito pela vertente de indústria, mas no futuro próximo trará mais indústria e desenvolvimento nas demais valências, tráfego de passageiros e carga.

 

Em que é que o aeroporto pode ajudar no crescimento das empresas da região?

 

Este tipo de equipamentos traz sempre fatores de desenvolvimento, por contágio, para toda a região. Seja ao nível dos serviços associados ao aeroporto, seja ao nível da hotelaria e restauração não tenho dúvidas que trará desenvolvimento ao nosso Alentejo.

 

Como se consegue atrair investimento para a região?

 

Criando apetência, na região, por novos investidores. É necessário facilitar o acesso a terrenos para instalação de novos projetos, com taxas acessíveis e licenciamentos ágeis. Por outro lado, incentivando a instalação de novos negócios com discriminações positivas ao nível da derrama e dos demais impostos municipais.

 

Quais as metas para o futuro?

 

Continuar a trabalhar para que associação, continue a ser uma referência para os nossos empresários e ajudá-los em tudo o que esteja ao nosso alcance. Estou confiante no trabalho desta direção que tenho a honra de liderar, pois temos a consciência coletiva que o nosso trabalho é vital para atrair investimento para o distrito de Beja, para formar e informar as empresas, que são os nossos associados, e representá-los junto das entidades competentes.

 

CENTRO DE INCUBAÇÃO SERÁ “MOTOR” PARA NOVAS EMPRESAS

 

O que há para fazer na região?

 

Caberá ao Nerbe/Aebal dar seguimento aos projetos que tem em curso, dos quais destacamos o Centro de Incubação Tecnológica, enquanto motor para o surgimento de iniciativas empresariais nesta área, como também aportar a nossa opinião junto das entidades responsáveis, levando a cabo a promoção da região, das nossas valências e dos nossos produtos, sem nunca esquecer a pressão que é imprescindível exercer, junto do poder central, da premência do ultimar dos investimentos em acessibilidades fundamentais para o desenvolvimento económico.

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