Diário do Alentejo

Beja: Paulo Arsénio contesta ‘travão’ no desconfinamento

16 de abril 2021 - 08:00

O presidente da Câmara de Beja contestou a inclusão do seu município no conjunto de sete concelhos que não avançam para a próxima fase de desconfinamento e pediu explicações à Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre essa decisão.

 

Paulo Arsénio considerou que “não faz o menor sentido” travar o desconfinamento naquele município do Baixo Alentejo e refutou a taxa de incidência acima de mais de 120 casos de covid-19 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias que lhe foi atribuída. “A DGS devia explicar onde é que foi buscar este número que, de facto, vai muito para além dos novos casos [de covid-19] que foram comunicados à Câmara Municipal de Beja nos últimos 14 dias”.

 

Segundo os cálculos do autarca, Beja teve uma incidência de “101 casos por 100 mil habitantes” entre os dias 01 e 14 de abril, pelo que existe “a perceção clara” de que, “do ponto de vista matemático”, o concelho está abaixo do limite de 120 casos por 100 mil habitantes.

 

“Mas há mais: não temos ninguém de Beja internado no hospital neste momento e não temos nenhum surto no concelho, onde existem apenas 24 casos ativos. As cadeias epidemiológicas estão todas identificadas. Não faz sentido [excluir o concelho da próxima fase de desconfinamento]”, insistiu Paulo Arsénio.

 

Ainda assim, o autarca congratulou-se pelo regresso do ensino presencial para os alunos do secundário e universitário, para que não fiquem “ainda mais prejudicados do que foram nos últimos três meses”, mas lembrou que outros setores como “a cultura, a restauração e a hotelaria” vão continuar a sofrer “de uma forma completamente injusta”.

 

Beja é um dos sete concelhos não vão passar à fase seguinte do desconfinamento, que se inicia na próxima segunda-feira, por terem "duas avaliações sucessivas em situação de risco", com mais de 120 casos por 100 mil habitantes, mantendo as restrições atualmente em vigor, anunciou o primeiro-ministro.

 

"Isto significa que nestes concelhos vamos ter de continuar, como temos feito até agora, a testar cada vez mais, identificar os casos positivos, estabelecer as cadeias de transmissão, isolar o conjunto das pessoas que estiveram em contacto com os casos positivos, de forma a, o mais rapidamente possível, podermos conter a pandemia nestes concelhos e [para] que eles possam juntar-se àquilo que é a regra no conjunto do país, [onde] felizmente a pandemia está controlada e, por isso, podemos seguir em frente", sublinhou António Costa.

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