Diário do Alentejo

Museu de Évora tem “falta crítica” de funcionários

05 de junho 2020 - 12:15

O Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, tem uma "falta crítica" de funcionários que assegurem a vigilância do espaço e "é quase um milagre" que continue aberto. "É quase um milagre nós conseguirmos manter o museu aberto", tendo em conta a "falta crítica de pessoal" para a vigilância, admitiu o diretor do museu, António Alegria.

 

Segundo o responsável, além de outros funcionários que têm diferentes funções, o espaço museológico dispõe de três pessoas no quadro que podem fazer as tarefas de vigilância, encontrando-se, atualmente, uma delas de férias. "No pressuposto de ter uma na bilheteira e de podermos ter a loja aberta, que não temos, ficávamos sem funcionários para a vigilância nos três pisos visitáveis do museu", disse, assinalando que "as diversas tutelas têm sido sempre informadas da situação".

 

António Alegria indicou que, na quarta-feira, o espaço fechou "mais cedo" do que o habitual, às 16:00, em vez das 17:30, porque uma das funcionárias teve uma consulta médica e "não podia ficar apenas uma única pessoa na portaria e nenhum vigilante".

 

"Eu próprio estive a fazer vigilância, por exemplo, porque quis, mas, depois, tive que ir fazer outras coisas e acabei por mandar fechar as portas", contou o diretor, considerando que o museu está "sujeito a que esta situação aconteça com mais frequência".

 

Notando que "foi a primeira vez" que o museu fechou antes da hora prevista, devido à falta de pessoal, o responsável realçou que "os outros funcionários, que não tem essas funções, têm colmatado e disfarçado a situação".

 

A carência de pessoal no museu, sublinhou, "não é de agora" e tem sido "um processo gradual", porque "umas pessoas reformaram-se e outras vão-se embora" para outros serviços e "não tem havido substituição”. No final do ano passado, precisou, três funcionários reformaram-se e um outro saiu da instituição ao abrigo do regime da mobilidade.

 

A promoção do espaço museológico de Évora a Museu Nacional e a mudança da sua designação para Museu Frei Manuel do Cenáculo foi aprovada, a 23 de fevereiro de 2017, pelo Conselho Nacional de Cultura, após proposta do então ministro da tutela, Luís Filipe Castro Mendes, tendo o despacho sido publicado em Diário da República a 22 de março.

 

O Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, instalado no antigo Paço Episcopal, junto à Sé e ao Templo Romano, tem um acervo de cerca de 20 mil peças de pintura, escultura e arqueologia, possuindo ainda azulejaria, ourivesaria, paramentaria, mobiliário, cerâmica, numismática e naturália (objetos curiosos da natureza).

 

O núcleo original das coleções permanentes de arqueologia é constituído por um conjunto de antiguidades recolhidas, no sul do país, por Frei Manuel do Cenáculo, nomeado bispo de Beja em 1777, e indigitado arcebispo de Évora em 1802.

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