Diário do Alentejo

Quetzal: uma referência nos brancos da Vidigueira

27 de setembro 2019 - 10:10

Texto Manuel Baiôa

 

O casal holandês Cees e Inge de Bruin-Heijn compraram uma casa de férias em Silves há mais de 40 anos. São mecenas e colecionadores de arte contemporânea, possuindo uma das 200 maiores coleções privadas de arte do mundo. Em 2001 apaixonaram-se pela paisagem e cultura de Vila de Frades e compraram algumas propriedades para construir a Quinta do Quetzal. O projeto vitivinícola foi-se desenvolvendo por etapas. 

 

Numa primeira fase foram mantidos alguns talhões de vinha velha e plantados outros de vinha nova. Posteriormente foi construída uma bonita e cuidada adega, onde tudo funciona por gravidade.  A terceira fase passou pela construção dum Centro de Arte, constituído por um edifício de traço contemporâneo que, para além da galeria de arte contemporânea num piso rebaixado, é ocupado por uma loja de vinhos / produtos regionais / livros de arte, onde se pode encontrar os vinhos da marca Quetzal e Guadalupe e um bar / restaurante com uma parede em vidro com vista para as vinhas, dirigido pelos chefes Pedro Mendes e João Mourato, que praticam uma cozinha alentejana moderna com produtos locais, sazonais e de sabor genuíno. 

 

Todos os anos Cees e Inge, em colaboração com a sua filha, Aveline de Bruin, organizam uma nova exposição na propriedade, em que o ponto de partida é a coleção privada da família e as suas ligações ao mundo da arte. A exposição atual, “Mitos da Caverna”, reúne obras de artistas modernos e contemporâneos que exploram as possibilidades artísticas da caverna.

 

O desenho dos vinhos da Quinta do Quetzal está entregue a Reto Jörg (diretor-geral), suíço com ligações familiares holandesas, mas residente no Alentejo há algumas décadas, a Rui Reguinga (enólogo consultor) e a José Portela (enólogo residente).

 

Dentro do seu portefólio diversificado damos hoje destaque ao vinho Guadalupe Winemaker’s Selection Branco 2017. Este vinho é uma referência dentro de um perfil que podemos denominar branco moderno da Vidigueira, mas assente nas raízes locais. É elaborado com uvas 100% de Antão Vaz, sendo que metade do vinho fermentou e estagiou 6 meses em barricas de carvalho francês. O vinho tem uma cor citrina e um aroma complexo, onde se misturam notas de fruta tropical com discretas notas da madeira. Na boca é fresco, mineral e crocante, o que prolonga o prazer da sua degustação. A sua estrutura permite-lhe acompanhar carnes brancas, frutos do mar e pratos de peixe refinados. PVP: 8 euros.

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