Diário do Alentejo

Futebol Clube Castrense mantém em atividade equipas de sub/13 e sub/15 de hóquei em patins

09 de fevereiro 2025 - 08:00
Uma aposta no futuro
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

O Futebol Clube Castrense está a competir nos campeonatos regionais de hóquei em patins, nos escalões de sub/13 e sub/15, em conjunto com outros clubes do Sul, nomeadamente, dos distritos de Évora, Faro e Setúbal. É o único clube do distrito de Beja com equipas nestes escalões.

 

Texto Firmino Paixão

 

Com larga tradição do hóquei patinado, o Futebol Clube Castrense mantém viva e dinâmica a sua secção de hóquei em patins, mantendo em atividade dois dos escalões fundamentais ao nível da formação, algo que outros clubes vizinhos não têm conseguido, apesar do universo de recrutamento ser maior e mais variado. A formação de sub/15, que no último fim de semana jogou em Boliqueime (6-3), disputa o campeonato regional em conjunto com o Vasco da Gama de Sines, o Hóquei Clube de Portimão, o Fabril do Barreiro e o Clube Desportivo Boliqueime. Os sub/13, que, no passado fim de semana, vimos perder com o Estremoz, por 9-0, competem, também, em conjunto com Hóquei de Grândola, Hóquei de Portimão, Vasco da Gama de Sines, Estremoz e Azeitonense.

No final do jogo com o Estremoz, em que a jovem equipa mista do Castrense sofreu uma pesada derrota, o antigo jogador e atual dirigente do clube de Castro Verde, Nelson Belchior, comentou: “Foi um castigo demasiado pesado. Um resultado que não se justifica, tendo em conta a exibição que fizemos. Entrámos no jogo relativamente bem, trocámos a bola, mas, apesar disso, eles foram mais fortes”. Mas foi um bom jogo, adiantou, revelando as fragilidades do conjunto: “Temos de ser mais fortes e mais incisivos no setor defensivo, depois, no ataque, tivemos fases do jogo em que fizemos circular bem a bola, mas temos de rematar mais à baliza. Hoje, neste jogo, faltou-nos, principalmente, fazermos isso”.

O conjunto estremocense revelou maior maturidade, contudo, a diferença entre as duas equipas não será tão grande como foi a amplitude do resultado deste jogo, admitiu o dirigente: “Na verdade, não existe assim uma diferença tão grande no potencial das duas equipas. Mas nós estamos a fazer uma experiência, porque temos aqui jogadores de sub/13 que estão, igualmente, a competir na equipa de sub/15. Porventura, poderemos dizer que eles estão cansados, estamos num processo de aprendizagem, mas isso não justifica o lugar que ocupamos na tabela deste campeonato. Vamos continuar a trabalhar no sentido de sermos cada vez mais competentes”.

O percurso no campeonato, admitiu, “tem sido marcado por alguma instabilidade, digamos assim”. “Temos duas vitórias, ambas contra o Azeitonense. Temos feito jogos bons, em que criamos oportunidades, mas a bola não quer entrar. Temos momentos de jogo em que trocamos bem a bola, praticamos um hóquei com alguma qualidade, depois, noutros momentos, não o conseguimos fazer. Nestas idades o fator psicológico conta muito, é outra área que teremos de trabalhar com estes meninos e meninas”.

Quanto à equipa de sub/15, adiantou: “Essa equipa é mais forte, está mais estável, os resultados também têm sido melhores e as exibições também têm sido mais produtivas, mas temos jogadores do escalão mais baixo a integrar a equipa de sub/15. É uma experiência, uma aprendizagem para todos. A ideia que trouxemos para esta temporada foi, sobretudo, rodar estas equipas, especialmente, a nossa formação de sub/15, no sentido de, no próximo ano, podermos alimentar a ambição de atingir os lugares cimeiros do campeonato”.

O recrutamento não é fácil e Castro Verde não é excepção. Nelson Belchior comentou: “Hoje em dia é mesmo muito complicado. Os miúdos querem só futebol. Temos feito um esforço enorme para chamarmos mais miúdos. Temos aqui uma equipa de dirigentes que também foram jogadores de hóquei, temos uma grande tradição na modalidade, por isso, desejamos que o hóquei em patins em Castro Verde seja cada vez mais forte e que tenhamos mais praticantes”. Ainda assim, o Castrense é o único clube do distrito a competir nestes escalões. “Nós esforçamo-nos muito para o conseguir”, adiantou o dirigente, acrescentando: “As deslocações são enormes, mas temos tido o apoio fundamental dos pais dos jogadores, e assim temos conseguido manter estas duas equipas. O clube apoia-nos muito, estamos todos unidos. O caminho é feito assim, sempre juntos e muito unidos. Julgamos que é este o caminho do sucesso. A longo prazo pensamos ter equipas até aos sub/19, mais para frente não, porque muitos dos miúdos vão estudar para fora, mas não está fora da nossa ambição voltarmos a criar uma equipa sénior. Estamos confiantes no futuro, estamos a trabalhar para isso, embora as dificuldades sejam muitas”.

Prevalece o compromisso de manter vivo e dinâmico o hóquei em patins no pavilhão, cujo patrono é uma grande figura ligada à modalidade. “Claro, o senhor António dos Anjos é uma lenda. Uma lenda desta modalidade. Temos de fazer jus à dedicação que ele sempre teve, e mantém, por esta modalidade, e tornar o hóquei em patins em Castro Verde cada vez mais forte e mais promissor, porque ele merece que seja assim”, concluiu Nelson Belchior.

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