Sob o tema “Futuro – Desafios e Oportunidades”, a Associação Portuguesa de Criadores de Ovinos Romane – ProOvis promoveu recentemente, em Ourique, as 4.ªs Jornadas Técnicas de Produção de Ovinos.
Texto José Serrano
Sob o tema “Futuro – Desafios e Oportunidades”, a Associação Portuguesa de Criadores de Ovinos Romane – ProOvis promoveu recentemente, em Ourique, as 4.ªs Jornadas Técnicas de Produção de Ovinos. Quais as principais conclusões saídas deste encontro?
As 4.ªs Jornadas Técnicas de Produção de Ovinos, que contaram com mais de quatro centenas de participantes nas sessões técnico-científicas e no evento, aberto à comunidade, de promoção de produtos de ovinos, foi, durante dois dias, um espaço de partilha e de discussão sobre diversas temáticas relevantes para o setor. Ao longo do evento, ficou clara a importância da identificação eletrónica dos ovinos que, associada à digitalização dos dados, permite enormes ganhos de eficiência e poupança de mão de obra nas explorações, sendo também um estímulo para o rejuvenescimento do setor. A inovação e a precisão na alimentação animal foi outro dos temas abordados, demonstrando o potencial da alimentação como ferramenta para a melhoria da saúde e do bem-estar animal. Relativamente à fileira da lã, que passa tempos difíceis, o desenvolvimento de novas aplicações para este produto poderá contribuir para valorizá-lo e alavancar a fileira. A aposta no correto maneio dos animais e um bom plano vacinal poderá minimizar o aparecimento de uma grande parte dos problemas sanitários nas explorações. Para concluir, foi também evidente, ao longo das jornadas, o interesse e a aceitabilidade do consumidor por produtos com origem nos ovinos, como a carne ou o queijo, demonstrado a relevância e o potencial do setor.
Quais os principais desafios que atualmente se colocam aos produtores de ovinos na região?
Atualmente, os principais desafios que os produtores de ovinos da região enfrentam são as mudanças climáticas, que já se fazem sentir, o envelhecimento do setor, a falta de mão de obra disponível e as doenças emergentes, como é o caso de novos serotipos da língua azul entre outras doenças que têm, cada vez mais, condições de ocorrerem na nossa região.
É possível perspetivar-se um futuro promissor para o setor, no território?
Sim, os ovinos são a espécie pecuária que melhor pode aproveitar as condições do nosso território, demonstrando grande capacidade de adaptação às oscilações de disponibilidade alimentar, resultantes das alterações climáticas. Apesar das dificuldades, já referidas, estas jornadas evidenciaram, também, que o setor pode ser rentável e cada vez menos dependente de apoios. A inovação e a tecnologia, presentes, cada vez mais, nas explorações, são ferramentas fundamentais para a adaptação do setor aos desafios e às oportunidades atuais. A forte adesão às jornadas, por parte dos diversos agentes ligados ao setor, incluídos jovens, e da comunidade local, demonstra o interesse por esta atividade económica e pelos seus produtos, constituindo uma perspetiva promissora para o futuro do setor.