Diário do Alentejo

Autárquicas: o ponto de situação, a quatro meses das decisões

06 de junho 2025 - 19:00
Em Alvito, José Efigénio (PS) recandidata-se à câmara e os atuais presidentes de junta avançam para candidatura independente. Leonel Rodrigues (CDU), em Barrancos, não segue para segundo mandato

Com as eleições autárquicas a acontecerem no final de setembro, início de outubro, as candidaturas nos 14 concelhos do distrito de Beja vão-se compondo. Desde o último ponto de situação feito há cerca de um mês pelo “Diário do Alentejo” (“DA”), as novidades vão para os concelhos de Alvito, Barrancos, Castro Verde, Ferreira do Alentejo e Moura.

 

Texto | Marco Monteiro Cândido

 

A cumprir o seu primeiro mandato, o presidente da Câmara Municipal de Alvito, José Efigénio (PS), anunciou, no passado dia 30 de maio, a sua recandidatura ao cargo. Em comunicado, o autarca referiu que, no últimos quatro anos, tem liderado “um novo ciclo de desenvolvimento” do concelho de Alvito, sublinhando que o atual executivo em funções tem dado resposta a diversos desafios, nomeadamente, “desde a valorização do património, à captação de investimento, à melhoria das infraestruturas e à aposta na qualidade de vida de todos”. E elencou alguns dos projetos que se têm vindo a tornar realidade: a Zona de Atividades Económicas de Vila Nova de Baronia ou as Grutas de Alvito.

José Efigénio, sublinhando a “gestão rigorosa e um forte aproveitamento de fundos comunitários”, defende que foram lançadas as bases para um concelho de Alvito “mais moderno, atrativo e sustentável”, sendo já “mais reconhecido, mais dinâmico e com mais oportunidades”. No seu comunicado, o incumbente assume que “recuperação demográfica, a fixação dos jovens, o apoio aos mais vulneráveis, a atração de empresas e a consolidação das nossas potencialidades turísticas e culturais continuam a ser prioridades absolutas”.

No que diz ainda respeito às candidaturas à Câmara Municipal de Alvito, no final do mês de maio foi divulgado o Movimento Independente do Concelho de Alvito (MICA), encabeçado por Dinis Pinto (atual presidente da Junta de Freguesia de Alvito, eleito pela CDU), e do qual também faz parte Agostinho Mira (atual presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova da Baronia, eleito pelo PS). Ambos estão a cumprir o terceiro e último mandato à frente das respetivas juntas de freguesia (ver caixa). Recorde-se que também David Serra (CDU) já havia apresentado a sua candidatura.

Continuando com o périplo pelo distrito de Beja, é no concelho de Barrancos que surge uma das maiores novidades: Leonel Rodrigues, atual presidente da câmara eleito pela CDU, a cumprir o primeiro mandato, não avança com a recandidatura. Em seu lugar, os comunistas escolheram Emílio Carvalho Domingues, de 52 anos, técnico superior, funcionário da junta de freguesia local, tendo desempenhado o cargo de presidente da Assembleia Municipal de Barrancos durante 12 anos, segundo comunicado enviado à redação do “DA” na passada segunda-feira, dia 3. No documento é também referido que Luís Bombico, de 50 anos, técnico superior de Património (licenciado em História) é o candidato à assembleia municipal daquele concelho da raia. Por fim, Idália Pica, de 49 anos, atual presidente da Junta de Freguesia de Barrancos, é de novo a candidata a este órgão por parte da CDU. Quanto à Câmara Municipal de Barrancos, Bela Filipe (PS) é a outra candidata conhecida até ao momento.

Em relação a Castro Verde, a CDU apresentou, há cerca de um mês, como candidata à câmara municipal, Ana Paula Baltazar, de 51 anos, inspetora do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, tendo presidido à assembleia municipal de Castro Verde entre 2017 e 2020. Já o PS apresentou Sofia Candeias, de 43 anos, licenciada em Gestão de Empresas e contabilista no Lar Jacinto Faleiro, como candidata à Junta de Freguesia de Santa Bárbara de Padrões. Por sua vez, João Luís Silva, de 65 anos, encarregado-geral da Câmara Municipal de Castro Verde, será o candidato pelos socialistas à Junta de Freguesia de Entradas. Os cabeças-de-lista do PS aos órgãos autárquicos de Castro Verde estão, assim, todos definidos. Recorde-se que já tinham sido anunciadas as recandidaturas de António José Brito para um terceiro mandato à frente da câmara municipal; de Ilda Palminha, para a assembleia municipal; de António José Paulino para a União de Freguesias de Castro Verde e Casével; e de Sara Saturnino para a Junta de Freguesia de São Marcos da Ataboeira.

Em Ferreira do Alentejo, no que diz respeito ao PS, depois da recandidatura de Luís Pita Ameixa para um terceiro mandato como presidente de câmara, já foram anunciados os candidatos às juntas e uniões de freguesia. Assim, Flávio Revez, operador de combustíveis, é o candidato a Alfundão; António Manuel Lança, agricultor, é o candidato a Canhestros; José Baltazar Duarte, contabilista, candidata-se a Figueira dos Cavaleiros; Albano Fialho, jurista, é o candidato a Ferreira do Alentejo; Mónica Piedade, bancária, é a candidata a Odivelas; e Rui Bolinhas, empresário, candidata-se a Peroguarda. Quanto às restantes forças políticas, João Português (CDU) e Octávio Costa (Chega) são os cabeças-de-lista à câmara.

No que diz respeito ao concelho de Moura, as últimas novidades prendem-se com dois candidatos socialistas às juntas de freguesia. José Morais, de 56 anos, licenciado em Direito e militar na reserva, é o candidato, a Santo Aleixo da Restauração. Por seu turno, Francisco Carrasco, de 36 anos, empresário agrícola, é o candidato a Sobral da Adiça. Recorde-se que, à câmara municipal, o socialista Álvaro Azedo recandidata-se para um terceiro mandato, a CDU avança com André Linhas Roxas, o PSD com Rui Sousa e o Chega com Rui Rodrigues.

 

 

Alvito: presidentes das duas juntas de freguesia do concelholançam candidatura independente à câmara

 

Dinis Pinto, atual presidente da Junta de Freguesia de Alvito, eleito pela CDU, e Agostinho Mira, presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova de Baronia, eleito pelo PS, são os protagonistas da anunciada candidatura independente à Câmara Municipal de Alvito.

No comunicado à imprensa em que tornaram pública a candidatura, o Movimento Independente do Concelho de Alvito (MICA), refere que os dois principais proponentes que presidem às respetivas autarquias com maioria absoluta pretendem “dar continuidade ao trabalho desenvolvido nas duas freguesias e contribuir para o desenvolvimento económico, social e cultural no concelho”.

Contactado pelo “Diário do Alentejo” (“DA”), Agostinho Mira justificou a sua saída do PS – onde militou durante 42 anos – com o facto de alguém do partido lhe ter dito “que já estava reformado”, apesar de sentir que ainda tem “muito para dar ao concelho”. Após várias conversas com Dinis Pinto, resolveram, então, promover a candidatura independente que está em marcha. A recolha de assinaturas para formalizar a lista “já começou e tem sido muito fácil, com as pessoas a virem ter connosco para apoiar”.

Num documento enviado ao “DA” os proponentes propõem-se “apostar na proximidade entre localidades (…) que constituem o concelho de Alvito, dando valor não só aos seus trabalhadores, mas também pensando noutras áreas como a habitação, o património, a agricultura, os jovens e a fixação destes jovens nestas que são as suas terras, na educação, no desporto”. O MICA define como “preocupação maior (…) a questão dos médicos de família”, propondo-se, “se assim se justificar e fizer falta, arranjar uma casa para o(s) médico(s), melhorando as suas condições enquanto cá estão”. Outro ponto que merece a atenção destes cidadãos é “o problema da degradação das estradas e caminhos municipais bem como os acessos aos montes e quintas que há nos arredores da vila”.

Recorde-se que a 29 de abril passado, tal como o “DA” noticiou, foi chumbada – por um voto – a proposta do executivo camarário, em reunião da Assembleia Municipal de Alvito, com o objetivo de autorizar um empréstimo de 924 mil euros destinado à conclusão de várias obras no concelho. O voto que faltou foi, precisamente, o de Agostinho Mira. Na altura, ouvido pelo “DA”, o presidente da câmara municipal, José Efigénio, mostrou-se “surpreendido” e lamentava a situação, que levaria, segundo o mesmo, a que os projetos fossem “descontinuados” e as candidaturas e fundos aprovados anulados. O autarca socialista criticava, ainda, “os partidos políticos e os interesses pessoais” que, dizia, “não se podem sobrepor aos interesses do concelho”. Aníbal Fernandes

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