Diário do Alentejo

Somincor com “contactos exploratórios” para venda da mina de Neves-Corvo

19 de julho 2024 - 08:00
Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira não espera “nada de bom”
Foto | José Ferrolho/ArquivoFoto | José Ferrolho/Arquivo

A empresa Somincor, concessionária da mina de Neves-Corvo, recebeu até ontem, quinta-feira, 18, “manifestações de interesse” para a compra da exploração mineira em Castro Verde, estando, por isso, a “avaliar a possibilidade de vender a sua posição nos ativos europeus”. Em causa está a “relevância internacional” do trabalho que tem sido desenvolvido e o “potencial produtivo existente”.

 

Na passada terça-feira, dia 16, o jornal “ECO” noticiou que a empresa Somincor, concessionária da mina de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, e subsidiária do grupo Lundig Mining, tinha colocado “à venda” a respetiva exploração mineira e que aguardava “ofertas não vinculativas”. Em causa, segundo a mesma fonte, estava o financiamento de “outros investimentos da companhia canadiana na Argentina e no Chile para a produção de cobre”.

Em comunicado enviado ao “Diário do Alentejo”, a Somincor confirma “a existência de contactos exploratórios de empresas interessadas na aquisição da operação mineira em Portugal”, estando, por isso, “a avaliar a possibilidade de vender a sua posição nos ativos europeus”.

“As manifestações de interesse registadas decorrem da relevância internacional da operação da Somincor e do potencial produtivo existente, em compromisso com os trabalhadores, a região e o País”, pode ler-se.

Confrontado com a situação, Albino Pereira, coordenador do Sindicado dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), garante que “não se avizinha nada de bom”, uma vez que “quem vier, virá com vontade de ‘passar a limpo’ os direitos que os trabalhadores têm”. O dirigente sindical, em declarações à “Lusa”, confirma que irá “marcar uma reunião com a administração” e recorda o que aconteceu nas minas de Aljustrel quando os novos proprietários propuseram aos trabalhadores “ordenados pouco acima do ordenado mínimo nacional”, o que, “para um mineiro, é uma desgraça”.

Por sua vez, António José Brito, presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, afirma que este tipo de vendas “acontece todos os dias em todo o lado” e que “precisamos de ter uma expectativa de bom senso e tranquilidade de que todo o processo decorrerá dentro da maior normalidade”.

“Temos pouca informação sobre os termos do negócio e como é que vai avançar, mas pensamos que não é nada do outro mundo, porque a venda de empresas acontece todos os dias em todo o lado”, refere à “Lusa”. E acrescenta: “É legítimo que a Lundin Mining tenha a perceção de, tendo um ativo tão importante e valioso, o poder rentabilizar e, naturalmente, entendemos isso como um ato de gestão normal no seio de um grande grupo económico”.

A Somincor, ainda no mesmo comunicado, assegura que “já informou os seus colaboradores” e que “continuará a acrescentar valor na prospeção de minerais relevantes para a transição energética, que contribuem para o emprego, a qualidade de vida e o desenvolvimento local”.

 

“DA” com “LUSA”

 

 

 

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