Diário do Alentejo

Megaoperação da Polícia Judiciária contra a exploração de trabalhadores agrícolas

24 de novembro 2022 - 12:00
Rede é suspeita da prática de crimes de tráfico humano, associação criminosa e branqueamento de capitais
Fotos | Ricardo ZambujoFotos | Ricardo Zambujo

Ontem, dia 23 de novembro, a Polícia Judiciária (PJ) desencadeou uma operação, de grande dimensão, contra a exploração de centenas de imigrantes, trabalhadores da área agrícola, no distrito de Beja e na região Centro do País.

 

De acordo com a “CNN Portugal”, canal de informação que avançou a notícia, o motivo da ação policial relaciona-se com suspeitas de uma rede ilegal na prática de crimes de tráfico de seres humanos, associação criminosa e branqueamento de capitais. Segundo a mesma estação televisiva – até à data do encerramento desta edição do “Diário do Alentejo” (17:30 horas, de dia 23 de novembro) – terão sido já detidas, pela Unidade de Contraterrorismo e pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, cerca de 35 pessoas, homens e mulheres, na sua maioria romenos – que viveriam em Cuba (Beja) –, mas também portugueses, senegaleses, timorenses e indianos, consequência daquela que é a maior operação da PJ nos últimos anos, envolvendo 400 inspetores, em 60 buscas, no Alentejo.

 

 

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Segundo a “CNN Portugal”, na vila de Cuba, as buscas tiveram lugar numa antiga pensão e no escritório de uma solicitadora, também ela detida e suspeita de colaboração com a rede, nomeadamente, na criação de empresas para desenvolver atividade ilegais, tendo a operação sido acompanhada pelo juiz Carlos Alexandre, desde as 07:30 às 09:30 horas.

 

Fonte segura revelou ao nosso jornal que várias presumíveis vítimas estiveram a ser inquiridas pela PJ, em Beja, numa tenda montada para o efeito, no Parque da Cidade, ao longo da manhã de dia 23, e que os detidos, supostos de pertencerem à associação criminosa, foram conduzidos para Lisboa, onde irão ser interrogados e apresentados a tribunal.

 

De acordo com a notícia avançada pela “CNN”, estão em causa situações de semiescravidão de trabalhadores agrícolas imigrantes, com a rede a operar a partir do distrito de Beja e com angariadores no Leste da Europa e em outros países, como a Índia, o Paquistão ou Timor. Já a agência “Lusa” refere que a investigação da PJ iniciou-se há cerca de um ano e teve como foco a angariação, por esta rede criminosa, de trabalhadores estrangeiros, com a promessa de emprego e habitação.

 

 

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