Diário do Alentejo

IPBeja dá primeiros passos na transição para universidade politécnica

02 de maio 2025 - 20:00
Instituição poderá vir a atribuir bolsas de doutoramento Foto | Ricardo Zambujo

O Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) viu serem aprovadas, recentemente, pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, três unidades locais de centros de investigação nas áreas de ciência e tecnologia, qualidade de vida e turismo. Segundo Maria de Fátima Carvalho, presidente da instituição, este é o primeiro passo “para atingir a transição para [uma] universidade politécnica”, atraindo “talento” para a região.

 

Texto | Ana Filipa Sousa de SousaFoto | Ricardo Zambujo

A aprovação e consequente financiamento de três unidades locais de centros de investigação é, segundo a presidente do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), Maria de Fátima Carvalho, um dos primeiros “resultados” alcançados da “estratégia lançada para atingir a transição para [uma] universidade politécnica”.

“Esta estratégia consistiu no redirecionamento da afiliação de docentes de uma área ou área afim ao mesmo centro de investigação, ao invés de estarem afiliados aleatoriamente em centros de investigação dispersos”, começa por explicar, ao “Diário do Alentejo”, (“DA”) a responsável.

O Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia para o Sistema Terra e Energia (Create), aprovado com uma classificação de “muito bom”, irá dar resposta, “com investigação de ponta”, nas áreas da sustentabilidade ambiental, sistemas energéticos e tecnologias para o futuro do planeta. Por sua vez, o Centro de Investigação em Qualidade de Vida (Cieqv) terá como missão “contribuir para a produção de conhecimento e inovação para a promoção da melhoria da qualidade de vida do ser humano”. Por último, o Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (Citur) permitirá “realizar investigação científica e desenvolvimento tecnológico e inovação, de carácter multidisciplinar e interdisciplinar” na área em questão. Estas duas últimas unidades obtiveram a classificação de “bom”.

“Graças a este resultado foi possível a submissão de dois ciclos de estudos de doutoramento, um em consórcio, na área de desporto (programa doutoral em Ciências do Desporto), e outro exclusivamente com docentes do IPBeja e ligado às áreas científicas de agricultura, alimentar e ambiente (programa doutoral em AgroEcologia e Inovação Tecnológica)”, avança Maria de Fátima Carvalho.

Caso os ciclos sejam aprovados, entrarão em funcionamento no ano letivo de 2026/2027.Para a presidente do IPBeja, será possível, a partir de agora, incrementar a investigação científica na instituição, aumentar o “robustecimento curricular” dos docentes e atrair “talento à região”, construindo “uma nova identidade” do estabelecimento. “Para além disso, estes resultados são também motivo de orgulho para a comunidade académica do IPBeja, pois evidenciam o compromisso com a ciência, a inovação, o desenvolvimento regional e nacional, bem como demonstram a sua qualidade científica”, admite.

Paralelamente, o concurso Programa Plurianual de Financiamento de Unidades de I&D 2023/2024, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, classificou, ainda, 21 docentes do IPBeja e investigadores do Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED) e 10 do Centro de Investigação & Inovação em Desporto Atividade Física e Saúde (Sprint) com “excelente” e “muito bom”, respetivamente.

“Este resultado representa uma nova era para a instituição, pois, pela primeira vez, serão transferidas verbas para financiamento e gestão da investigação a realizar pelos docentes afiliados a estas unidades de gestão”, esclarece a responsável.

Para Maria de Fátima Carvalho, o reconhecimento destes 31 docentes da instituição vem demonstrar a “atitude altruísta” que estes profissionais têm tido quando deixam de lado “a sua afiliação [individual] a centros de investigação em prol de um bem comum”, ou seja, criar “condições de existência de unidades locais de centros de investigação no IPBeja”.

 

 

Construção da nova residência estudantil do IPBejadecorre “de acordo com o plano previsto”

Em declarações ao “Diário do Alentejo”, a presidente do IPBeja, Maria de Fátima Carvalho, garantiu que a nova residência estudantil deverá entrar em funcionamento “já no próximo ano letivo”, uma vez que as obras de construção estão a decorrer “de acordo com o plano previsto”. O projeto, orçado em cerca de 17 milhões de euros, disponibilizará “503 camas de elevada qualidade e a preços reduzidos” e ficará localizada no campus da instituição ao lado da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (Estig). Segundo Maria de Fátima Carvalho, a infraestrutura irá possibilitar que o IPBeja seja “um pilar potenciador de captação de projetos, estudantes e investigadores”, assim como permitir “almejar um crescimento institucional num futuro muito próximo”.

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