Diário do Alentejo

Cruz Vermelha acaba com serviço de apoio domiciliário em Beja

27 de setembro 2024 - 12:00
Resposta será assegurada, a partir de outubro, pela santa casa da misericórdiaFoto| Ricardo Zambujo

Depois de ter encerrado as suas duas estruturas residenciais para pessoas idosas (Erpi) localizadas no centro histórico da cidade, a Cruz Vermelha Portuguesa prepara-se para fechar, na próxima terça-feira, dia 30, o serviço de apoio domiciliário, justificando que “deixou de dispor da infraestrutura legalmente exigida e das condições físicas adequadas para assegurar diretamente” a sua prestação. O serviço passará a ser disponibilizado pela Santa Casa da Misericórdia de Beja. Das seis funcionárias, em princípio, só três transitarão para a misericórdia.

 

Texto | Nélia Pedrosa

 

O serviço de apoio domiciliário disponibilizado pela delegação de Beja da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) vai encerrar na próxima terça-feira, dia 30, passando a ser assegurado, a partir de outubro, pela Santa Casa da Misericórdia de Beja (SCMB), confirmou, ao “Diário do Alentejo” (“DA”), a direção da CVP.

Em resposta a um pedido de esclarecimento enviado pelo “DA”, a entidade justifica que “a delegação da Cruz Vermelha Portuguesa em Beja deixou de dispor da infraestrutura legalmente exigida e das condições físicas adequadas para assegurar diretamente a prestação do serviço de apoio domiciliário”. E adianta que a decisão foi tomada com o objetivo “de garantir a máxima qualidade na assistência prestada” aos utentes. Na mesma nota, reafirma “o compromisso para com o apoio às comunidades” e avança que o processo de transição para a SCMB “foi cuidadosamente planeado para garantir que os atuais utentes, bem como futuros beneficiários do serviço, não sofram qualquer interrupção e continuem a receber um apoio adequado e de qualidade”.A direção da CVP reforça, ainda, que a delegação de Beja “não encerrará as suas atividades”, sendo que “continuará a assegurar as atuais valências” – transporte de doentes não urgentes, serviço de apoio a eventos e disponibilização de ajudas técnicas – e que, “em conjunto com outras entidades locais”, avaliará “a possibilidade de reforçar” a sua intervenção “no âmbito das respostas sociais no concelho”.

Relativamente ao destino das seis funcionárias que prestam serviço naquela valência, a direção da CVP não se pronunciou. Fonte conhecedora do processo adiantou, no entanto, ao “DA”, que uma funcionária transitará para a SCMB e outras duas estão a ponderar essa possibilidade. As restantes três irão para o desemprego.

Contactado pelo “DA”, o provedor da SCMB sublinhou que, à data do fecho da presente edição, quarta-feira, 25, o processo de transição estava a aguardar aprovação por parte da Segurança Social. “O acordo entre a Santa Casa da Misericórdia e a Cruz Vermelha está feito, agora, quem tutela é que tem de dizer se nós estamos em condições com toda a documentação que entregámos”, esclareceu João Paulo Ramôa, sublinhando que a conclusão do processo terá de estar para breve, “porque, a partir do dia 30, a Cruz Vermelha deixa mesmo de fazer esse serviço e temos de entrar nós ou então haver outra solução”.

Recorde-se que a CVP encerrou a Casa de Repouso José António Marques no início de junho e a Casa de Repouso Henry Dunant no fim de julho. O fecho das duas estruturas residenciais para pessoas idosas (Erpi) localizadas no centro histórico da cidade motivou a realização de protestos promovidos pelo Movimento para a Salvaguarda dos Utentes, Famílias e Trabalhadores dos Lares da Cruz Vermelha de Beja. O encerramento deixou 25 funcionários no desemprego e obrigou a encontrar soluções para cerca de meia centena de utentes.

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