Diário do Alentejo

Hospital de Serpa vai apoiar unidades de saúde do Alentejo Central e Litoral

31 de agosto 2024 - 08:00
Novo contrato está a ser renegociado. Bloco cirúrgico começa a funcionar em outubroFoto| Ricardo Zambujo

A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e a tutela estão, neste momento, a negociar a renovação do acordo de gestão do Hospital de São Paulo, em Serpa, que, para além de prever a prestação de serviços às áreas de influência das unidades de saúde do Baixo Alentejo e Algarve, deverá também complementar a atividade das unidades de saúde do Alentejo Central e Litoral. O “Diário do Alentejo” confirmou esta semana que a unidade médico-cirúrgica (UMC) deverá começar a funcionar no início do mês de outubro.

 

Texto | Aníbal FernandesFoto |  Ricardo Zambujo

 

O acordo assinado em 2014 entre a Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS) e o Governo que passou a gestão do Hospital de São Paulo, em Serpa, terminava no final deste ano, mas como até junho passado nenhuma das partes o denunciou, avançou, automaticamente, para a renovação.

É o que a UMP – que entretanto assumiu a gestão daquela infraestrutura de saúde – está, neste momento, a fazer com a tutela, mas o acordo deverá ser estendido aos distritos de Évora e aos concelhos alentejanos do litoral.

José Rabaça, presidente indigitado do conselho de administração do hospital, disse ao “Diário do Alentejo” (“DA”) que “este Governo, tal como o anterior, concorda com que seja a SCMS [com recurso à UMP] a gerir o equipamento”, e que das conversas tidas até agora resultou que, “para além da unidade de convalescença e de paliativos, também as unidades de cuidados continuados de média e longa duração passem a ser geridas pela administração do hospital”.

Este é um processo complexo uma vez que “cada uma das unidades locais de saúde têm necessidades diferentes, nomeadamente, no que diz respeito às especialidades a apoiar”, mas isso não será impeditivo que a UMC entre em funcionamento já em outubro para cumprir o acordo ainda em vigor. “O Ministério da Saúde quer que abramos o mais rápido possível e durante o mês de outubro estaremos em condições de avançar”, garantiu esta semana, ao “DA”, José Rabaça.

No entanto, o futuro presidente do Conselho de Administração do Hospital de São Paulo, considera que sendo “uma unidade complementar do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e nele integrado”, para ser viável”, precisa de estender o seu serviço às outras duas regiões já citadas.O futuro desempenho da UMC do Hospital de São Paulo “terá muito a ver com a necessidade de apoio às especialidades de cada um dos outros hospitais. É tudo isto que será contratualizado com o Estado, quer nas cirurgias, quer nas consultas externas”, explica.

“Pela nossa parte, da UMP, só temos dois objetivos: ajudar a nossa associada [SCMS] e prestar apoio às populações. Levamos isto muito a sério”, diz José Rabaça, dando como exemplo a reabertura das urgências entre as 8:00 e as 24:00 horas”, esclarecendo que não fazia sentido funcionarem no período noturno para atender, em média, uma pessoa. “O Estado paga-nos por consulta, mas nós pagamos à equipa presente – médico, enfermeiro e administrativo – à hora”.

Na passada segunda-feira, dia 26, na reunião do secretariado nacional da UMP, foi definido o perfil do futuro administrador executivo e apontado o nome do responsável pela área clínica, que será Humberto Carneiro, até agora presidente do conselho de administração do Hospital António Lopes, na Póvoa de Lanhoso.

Recorde-se que desde 16 de janeiro deste ano que a UMP assumiu a gestão do hospital de Serpa, então da responsabilidade da SCMS, tendo reaberto o serviço de atendimento permanente (SAP), encerrado a 30 de setembro de 2023 devido à “grave situação económica” da instituição, que não permitiu “garantir disponibilidade de médicos”.

Comentários