Diário do Alentejo

Deputados levam água como fonte de preocupação

28 de julho 2024 - 08:00
Comissão de Agricultura visitou, durante três dias, alguns concelhos do distrito de BejaFoto| Ricardo Zambujo

A comissão parlamentar de Agricultura e Pescas, de que fazem parte os três deputados eleitos pelo círculo de Beja – Nelson Brito (coordenador do grupo parlamentar do PS na comissão), Gonçalo Valente (PSD) e Diva Ribeiro (Chega), – deslocou-se ao distrito entre os dias 21 e 23, com o objetivo “de contactar com autarquias, associações, empresas e outras entidades do setor e conhecer os êxitos, as potencialidades e os constrangimentos existentes nesta região”.

Texto Nélia PedrosaFoto Ricardo Zambujo

O deputado do PSD, Gonçalo Valente, em declarações ao “Diário do Alentejo” (“DA”), faz um “balanço extremamente positivo” da visita, sublinhando que a água foi, “sem dúvida, a matéria elencada pela grande maioria das associações e cooperativas, tanto a nível do sequeiro, como do regadio”. “No sequeiro, há essa aspiração, porque a agropecuária precisa também de um apoio hídrico, de forma a compensar as grandes necessidades que as explorações atravessam. No regadio, há blocos que ainda não foram iniciados”, esclarece.

O parlamentar reforça que conseguiram “recolher um conjunto de informações que pode ser muito útil para o desenvolvimento dos trabalhos no Parlamento”, frisando que “é muito possível, de forma imediata, dar resposta” a alguns dos problemas identificados. “Há uns que são mais estruturais, mas os de resolução mais simples podem, no curto prazo, serem revolvidos, desde que haja vontade política para isso”, diz, apontando, como exemplo, “a desburocratização de processos”.

“Levamos daqui uma boa dose de informação (...) para que o nosso distrito consiga ter um impulso diferente, porque quanto mais forte se tornar o setor agrícola, mais pujante se torna o nosso distrito”, conclui.

Para Diva Ribeiro, deputada do Chega, o balanço da visita é igualmente “muito positivo”. “É propósito do Chega estar junto dos agricultores, ouvir as suas preocupações. Foi muito positivo conseguirmos perceber aquilo que são as reais necessidades do setor”, diz, referindo, também, que “as principais preocupações manifestadas pelo setor têm um denominador comum: a água”.

“Nós temos um Baixo Alentejo antes e depois do Alqueva. No entanto, não nos podemos esquecer que o sequeiro ainda é a cultura com maior predominância e que também necessita de água (…) para o gado poder ter pastagens para comer”.

Relativamente ao regadio, e como já foi referido, o problema prende-se com “os blocos de rega de Moura, Póvoa, Amareleja, que tinham sido prometidos pelo [anterior] Governo, e que, em princípio, só o de Moura irá ser concretizado”. “Estavam prometidos 10 200 hectares para esse perímetro de rega e o que está para ser executado é apenas em Moura e são apenas 1200 hectares, o que também deixou os agricultores bastante preocupados, porque, não havendo água, não há culturas, não há, em termos económicos, um desenvolvimento para a região”, especifica.

A finalizar, diz que “essas preocupações vão chegar, com certeza, à Assembleia da República, irão ser discutidas”, e garante que tudo farão “para que sejam resolvidas”, porque “é essa a nossa função enquanto deputados da nação”. O “DA” tentou, ainda, obter um comentário junto do deputado Nelson Brito, mas tal não foi possível em tempo útil.

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