Diário do Alentejo

Sob o signo da esperança
Opinião

Sob o signo da esperança

Manuel do Rosário, padre

03 de fevereiro 2020 - 10:10

Um novo ano é como um livro que se vai escrevendo, cujo enredo, capítulos e conclusão, são, por isso, imprevisíveis. É verdade que há cenários traçados, previsões, possibilidades, mas também podem surgir imprevistos, variáveis, imponderáveis, e tudo mudar, às vezes de modo drástico. O nosso tempo, porém, apresenta vantagens em relação a épocas anteriores, pois, pelo facto de podermos prever, podemos, de igual modo, inverter caminhos e opções, alterar políticas e prioridades, mitigar consequências, por exemplo, naquilo que diz respeito à ecologia e ao ambiente.

 

Um novo ano é oportunidade de revisão e de mudança, de utopia, de convite ao compromisso, de desafio a que nos deixemos conduzir pela esperança de que é possível traçar caminhos inovadores, mudando o que não está bem, ou mesmo mal, e tornar melhor esta maravilhosa “casa comum”, lar de uma única família humana. A História está, aliás, cheia de exemplos, de pequenos gestos individuais, aparentemente, insignificantes, que depois geraram dinâmicas globais, com reflexos na vida da humanidade. Um grande caminho começa, às vezes, por um pequeno passo.

 

Acredito profundamente no ser humano, naquilo que ele é capaz de protagonizar, e de que está nas nossas mãos o projeto de um mundo melhor.

 

Ao falar de esperança, não pretendo desvalorizar o realismo de muitas previsões, mas afirmar tão só que esta nos torna mais resilientes, perseverantes, fortes para lutar e não desistir, mesmo diante das derrotas, que podem ser sempre ocasião de fortalecimento e de estímulo para as vitórias, que já se vislumbram no horizonte.

 

A esperança faz-nos acreditar que, apesar de todos os condicionalismos do ser humano, somos livres, não somos máquinas programadas, autómatos controlados por esquemas inalteráveis. Acredito que os “milagres”, não só os religiosos, são possíveis e acontecem.

 

Não sejamos pessimistas, nem muito menos derrotistas. Está tudo em aberto. Um bom ano de 2020 para todos vós, estimados leitores.

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