Escrevo este artigo pela enorme importância que dou à palavra-conceito “Cultura” na vida de todos nós, em todos os tempos, por um lado, e pelo péssimo tratamento com que é usada, quer por reducionismo, quer pela negação do foque principal que está na sua essência, por outro lado.
Lá irei a citar exemplos práticos que comprovem o que disse, mas para já vou socorrer-me dal definição de “Cultura”, através da “enciclopédia livre- Wikipédia” que cita Eduard B. Tailer, que passo a transcrever > “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e capacidades adquiridas pelo homem como membro da sociedade”; e do Grego, “cultivar conhecimento”; ainda da enciclopédia, a palavra-noção “Cultural”, cito > “relativo a cultura, conjunto de comportamentos, crenças, instituições, valores espirituais e materiais”.
Será que a esmagadora maioria de nós e as Instituições governamentais, estatais, municipais e de juntas de freguesia, bem como, das Entidades da sociedade civil nas diversas temáticas e escalas, em que incluo a comunicação social, naquilo que identificam como cultura e cultural, as assumem na sua real noção antes exposta ??
Penso ser pacífico afirmar que não é “aquele complexo” que é assumido. Apenas são assumidos alguns instrumentos e atividades, quase todos apenas relativos a umas “artes”.
Considero, pois, que esta visão distorcida e reducionista de “cultura”, é a principal causa de sermos um povo inculto e deveras ignorante , ainda pior porque inconsciente dessa situação, porque até vai ver uns espetáculos, atividades físicas, umas exposições e quejandos.
Estaremos conscientes desta realidade e da grande volta que nos é exigida ?? Infelizmente penso que não, pela principal razão porque os poderes políticos perderiam votos, as organizações simpatizantes e os orgãos de comunicação perderiam leitores, caso se entregassem a sério à cultura.
Quer governos, nas suas diversas escalas territoriais, quer organizações e comunicação social ao apostarem a sério na cultura, em 1º lugar teriam que a entender como transversal a todas as suas actividades, sendo assumida por que as coordena, e as principais apostas seriam em intervenções que incidissem nos comportamentos e valores, na aprendizagem do conhecimento das várias artes e na permuta de ideias diversas.
Para terminar e a título de exemplo, digo que talvez bastasse começar por acompanhar espetáculos vários por conversas que os enquadrassem e questionassem, não só anunciados, mas com momentos de diversão e mobilização, certamente começando por poucos participantes, mas que, na base da palavra passa palavra, poderiam conquistar novos públicos. Ideias bonitas, mas apenas de sonhadores dirão; mas confesso que foi nestes quadros que na adolescência e juventude aprendi a “ler” e gostar de música sinfónica, cinema de qualidade, teatro, de jazz, pinturas, literatura diversa e debates político-filosóficos e sociais.
Findo com a pergunta : a questão da “economia que mata” ou “que pode fazer viver”, é uma questão de cultura???