Num constante deambular pelas histórias desportivas que nos preenchem o espírito, lá nos surge à flor da pele excêntricas cronologias de coletividades que surgiram na pós-revolução de Abril, cuja afirmação se declara no tempo com respeitabilidade e, sobretudo, na incrementação no desenvolvimento de modalidades que lhe têm dado uma inexcedível visibilidade. A 9 de outubro de 1975, já lá vão 50 anos, foi fundada a Associação Cultural e Recreativa Zona Azul (Acrza), sendo os principais fundadores da coletividade Jerónimo Duro, Manuel Serrano, Joaquim Alves dos Santos, António Vitória, Joaquim Cavaco, Francisco Fresco, João Mimoso, José Carlos Augusto, António Costa e José Manuel. Um grupo de amigos que se juntaram e deram corpo a uma agremiação que, desde logo, foi motivo para a angariação de sócios e colocar no terreno a sua ambição: agrupar jovens interessados pela prática desportiva. Analisando o objeto de uma outra forma, poder-se-á acrescentar que os elencos diretivos sempre mereceram rasgados elogios pela subsequente e persistência de elevar das atividades físicas ao seu mais alto nível. Perguntará o leitor o porquê o nome de Zona Azul? Debito explicação porque ainda sou do tempo em que a columbofilia, em Beja, se dividia por zonas, sendo as suas áreas limítrofes conhecidas como a zona azul. Aliás, acresce-se que a sede da Acrza, situada na rua Frei Manuel do Cenáculo, vive de paredes meias com o largo das Alcaçarias, razão pela qual também é conhecido pelo clube das Alcaçarias. Conheço, e bem, a sua realidade e a envolvência do simpático emblema de onde saíram excelentes atletas que pisaram os grandes nacionais e internacionais. A Zona Azul foi condecorada pela Câmara Municipal de Beja com a “Medalha de Mérito Municipal, Grau Prata” e, em 1998, considerado como o melhor clube do distrito de Beja pelo Instituto Nacional de Desporto/ /Centro de Estudos e Formação Desportiva. Em 2000 a Federação de Andebol de Portugal atribui-lhe o “Prémio de Mérito”, face ao tralhalho feito nos escalões de formação. A Zona Azul, ao longo da sua existência, tem acolhido as modalidades de atletismo, ténis, badminton, damas, xadrez, ciclismo, BTT, ginástica de trampolins, ou, simplesmente, ginástica, futebol, campismo, columbofilia, natação e andebol. Presentemente o clube dedica-se a diversas atividades, tais como andebol, natação, hidroginástica, dança acrobática e rítmica, columbofilia, campismo e caravanismo, para além de outras atividades pontuais. Relativamente ao número de associados, situa-se nos cerca de 800, sendo os praticantes perto de 500, que vão dos três anos de idade aos 70, quer na vertente do desporto federado, quer na vertente informal. Agora, os dirigentes pensam numa reestruturação dos aposentos, ou seja, venda do imóvel onde se situa a sede, um imóvel próprio, e um novo espaço que contemplará a comunidade.